São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 2008

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Pressões do mercado

Saiu por Dow Jones, Reuters e Thomson, mas não por aqui. Para a agência de classificação Moody's, que está para definir o sonhado "grau de investimento", o Banco Central "entrou em pânico". Quer dizer, "como não há problema de inflação no Brasil e as condições monetárias já são restritivas, a decisão parece passo na direção errada". O "mercado estava clamando por alta e o BC agiu para acomodar pressões do mercado", o que agora "introduz dúvidas sobre a ação do banco".
José Serra também ataca, postou Kennedy Alencar. "O aumento nos juros tende a agravar a situação da conta corrente", vai "encarecer ainda mais o serviço da dívida", com "uma marcha negativa para a nossa economia no futuro". No futuro, mas ainda sob Lula.

SUBMERGENTES?
A "Economist" agora posta do "risco de superestimar os emergentes". Diz que os Brics "simbióticos", com Brasil e Rússia servindo commodities a Índia e China, "racharam" nas Bolsas -e o investidor tem "decisões difíceis" sobre países ainda vulneráveis a erros na política antiinflação.
O "Financial Times" vai além, diz que os emergentes não são grupo "monolítico" e fala até em "submergentes".

A SECA AUSTRALIANA
Por outro lado, diz o "Wall Street Journal", investidores seguem apostando nos Brics, em internet, energia. E até o ataque ao etanol baixou, com o secretário de Energia dos EUA dizendo que "o ponto principal é que [as críticas] não são razão para ignorar o seu grande potencial" para a "saúde econômica da nação".
O "NYT", em reportagem e coluna, já começou a culpar a seca australiana pela inflação.

SOB CERCO

Nas manchetes de jornais e portais há dias, no Brasil, a campanha de Lula em defesa do etanol ecoa também no exterior, do "WSJ" aos sites de busca, que destacam até que a safra de cana derrubou o preço mundial do açúcar. E ao que parece já convenceu o secretário-geral da ONU a cobrar, na manchete do UOL, o corte no subsídio agrícola.
Mas não estava na ONU o conflito de energia, ontem: a cobertura saltou sem parar entre Gana e o Paraguai, com a negociação virtual de Itaipu por Lula e Fernando Lugo.

SEM TABU

Paulo Fridman/nytimes.com


Com destaque na capa e foto de soja em Mato Grosso, o "NYT" mostrou com longa reportagem que, "em tempos secos, grãos geneticamente alterados são menos tabu"

ARCO DE FOGO

Lalo de Almeida/nytimes.com


Com foto de Alta Floresta na capa, o "NYT" destacou na edição de sábado a operação antidesmatamento da Polícia Federal -que os senadores da região querem agora frear

"COPYRIGHT"

A mudança foi na sexta, com transmissão sem fim. Veio domingo, com pai e madrasta no "Fantástico". E seguiu ontem, nos telejornais, acrescendo entradas do show com o global Marcelo Rossi e Xuxa. "A mãe", narrava a Globo, "participa do evento, bem perto do palco." E até no telão. Depois de perder no princípio para a evangélica Record, a católica Globo controla a exploração "com exclusividade".

NO AR

todamidia.folha.blog.uol.com.br


O blog está de volta, desta vez visando aos eventos do ano -eleições nos EUA e no Brasil e Jogos Olímpicos na China. De segunda a sexta, pela manhã, vai complementar a coluna com o retrato de jornais, TV e a web, no país e pelo mundo


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