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Dilma e Serra disputam audiência na TV
Pré-candidatos do PT e do PSDB concedem entrevistas ao vivo em programas da TV aberta e evitam críticas diretas
Petista fica "nervosa", mas
canta tango para Datena; no SBT, tucano evita dizer se Aécio será seu vice e pede Neymar e Ganso na seleção
Joel Silva/Folha Imagem
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Dilma Rousseff, pré-candidata do PT, é entrevistada ao vivo por José Luiz Datena, na Bandeirantes
ANA FLOR
BERNARDO MELLO FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os presidenciáveis Dilma
Rousseff (PT) e José Serra
(PSDB) travaram em pleno feriado uma disputa pelos telespectadores em aparições ao vivo no horário nobre em emissoras de TV aberta. Dilma concedeu entrevista de mais de
uma hora ao apresentador José
Luiz Datena, do programa
"Brasil Urgente", da Bandeirantes. Serra falou por cerca de
20 minutos a Carlos Nascimento na bancada do "SBT Brasil".
Logo no início da entrevista,
questionada se acreditava em
Deus, Dilma disse crer em uma
"força superior" e na "deusa
mulher que é Nossa Senhora".
Há cerca de dois anos, em sabatina da Folha, Dilma respondeu à mesma pergunta afirmando: "Eu me equilibro nessa
questão. Será que há? Será que
não há? Eu me equilibro nela".
A candidata atacou a oposição e reforçou seu vínculo com
o presidente Lula. Afirmou que
teve uma "boa parceria" com o
governo Serra, mas insistiu que
obras do Estado de São Paulo,
como o Rodoanel, receberam
recursos do PAC. "Esses projetos que nós fizemos em parceria são parte do PAC. Então o
PAC existe, uai", afirmou.
Além das expressões mineiras "uai" e "ocê", Dilma -que
nasceu em Minas e quer reforçar o vínculo com o Estado-
deixou escapar "te", "ti", e
"contigo" usados no Rio Grande do Sul, onde sempre militou.
Questionada sobre a divergência entre pesquisas recentes, Dilma atacou indiretamente o PSDB, que entrou com uma
representação contra a pesquisa Sensus em que ela aparece
em empate técnico com o tucano. "Os resultados das pesquisas recentes são bastante variados. [...] Porque uma pesquisa
saiu pior ou melhor para mim,
não vou brigar com o instituto."
No primeiro bloco, Dilma foi
avisada por Datena que teria
um minuto e meio para falar.
"Eu tô nervosa", disse ela, jogando para o bloco seguinte a
resposta. No final, a pedido de
Datena, cantou um trecho do
tango "El dia que me quieras",
do argentino Carlos Gardel.
Datena brincou com a fama
de irritada de Dilma. Indagada
se ela e Serra poderiam "sair na
mão" na campanha, ela respondeu: "Nem eu sou tão brava
quanto se diz, nem ninguém é
tão bonzinho quanto parece".
Em sua entrevista ao "Jornal
do SBT", Serra acusou o MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) de sobreviver às custas de repasses
do governo e de usar a reforma
agrária como pretexto para fazer política. "O MST vive de dinheiro governamental. A reforma agrária para o MST hoje é
um pretexto. Na verdade, trata-se de um movimento político,
com finalidades políticas."
Em outra entrevista, gravada
em seguida para a edição de hoje do "Jornal do SBT - Manhã",
ele desconversou sobre se Aécio Neves será vice na chapa
presidencial do PSDB. Disse
que o aliado já está "engajadíssimo e envolvidíssimo" na
campanha. "O espaço lá [em
Minas] está aberto, não depende da questão do vice. Isso não
tem todo o peso que se atribui."
Ele criticou o resultado do
leilão de concessão da hidrelétrica de Belo Monte (PA): "É
uma coisa muito cara para você
fazer de maneira atropelada".
Ele aproveitou as duas entrevistas para defender a convocação para a Copa de Neymar e
Paulo Henrique Ganso, revelações do Santos. No telejornal
da noite, a apresentadora disse
que ele estava "magrinho". Serra rebateu: "Posso te fazer uma
confissão? Estou até querendo
engordar um pouquinho".
Ao deixar a sede da emissora,
ele ironizou Dilma, que o comparou a uma "biruta de aeroporto". "Eu acho graça. Realmente não sinto necessidade
de ficar pegando no pé de outros candidatos", disse.
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