São Paulo, sexta-feira, 22 de maio de 2009

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Descolamento 2.0

Com o enunciado "Os maiores emergentes vão se recuperar mais rápido do que a América", editorial da nova "Economist" saúda a volta do "descolamento", "decoupling", entre países em desenvolvimento e os desenvolvidos. Nos últimos seis meses a teoria foi até "ridicularizada.
Mas talvez ela tenha sido dispensada muito cedo. Ainda que a produção dos EUA continue fraca, há sinais de que alguns emergentes poderiam ver uma recuperação decente". Detalha a China e diz que ela "estimulou o preço das commodities que, por sua vez, iluminaram o futuro para o Brasil". Então "não era uma má ideia, afinal".
Na edição, sob o título "Não" em português, a revista elogia a "provocação" da SR Ratings de Paulo Rabello Castro, de dar nota aos títulos americanos, já que "por alguma razão o processo não funciona" e eles não vêm caindo. Deve ser AA, não AAA.




E O DESEMPREGO CAIU

Dias antes, o presidente do Banco Central previa um "retrocesso de dois anos" no desemprego.
Mas ontem veio a manchete da Reuters Brasil, ao longo do dia inteiro, "Desemprego no Brasil surpreende e cai", contrariando "a expectativa de economistas".
Nas buscas de Brasil no exterior, a AP dizia que o desemprego por aqui "cai levemente" e a Bloomberg apontava no título o "declínio inesperado".




JURO VAI SUBIR
Mais do presidente do BC. Ontem ele saiu falando em "sinais claros de recuperação da economia", segundo o Valor Online, "no que foi interpretado como uma possibilidade de menor corte dos juros". O resultado foi alta nos "contratos de juros futuros", para 9,34% (janeiro de 2010) e 10,75% (2012).

NÃO, VAI CAIR
No enunciado da Bloomberg, "Prognóstico realista no Brasil mostra taxa abaixo de 9%, diz Setubal". O presidente do "maior banco do país" afirmou em Nova York, em entrevista à agência, que a queda "será maior do que estimam economistas" ouvidos no BC. "O Brasil está superando a crise brilhantemente."




ROUBINI ENTRE NÓS

"Dr. Doom" ou Dr. Apocalipse, no enunciado célebre do perfil no "New York Times", falou ontem no Brasil. No Valor Online, "Nouriel Roubini é cauteloso sobre rali dos mercados". No Yahoo Notícias, "Roubini pede mais calma na precificação do otimismo com a economia".
No portal Exame, "Commodities podem atrasar a recuperação do Brasil, diz Roubini". No site de "O Estado de S. Paulo", "Desafio do Brasil é crescer a taxas chinesas, diz Roubini".




DO DÓLAR AO YUAN

Em destaque no "China Daily", "Yuan pode ser moeda de reserva até 2020". Um executivo da comissão bancária disse que a "internacionalização do yuan" já está em teste nos acordos de "swap" com seis bancos centrais e num "sistema piloto que vai começar em Hong Kong, usando a moeda nos acordos com empresas".
Por outro lado, o ex-presidente do BC Gustavo Franco disse à Bloomberg que a ideia sino-brasileira de usar yuan e real é "conversa de gente ociosa".




EUA, ÁFRICA E OS MARES

washingtonpost.com
No "WP", região estratégica

Um dia antes, a Reuters destacava a busca de "aliança" com africanos pelo Brasil, "preocupado com as nações desenvolvidas" no Atlântico Sul.
E ontem o "Washington Post" deu reportagem sobre o "esforço naval para construir estabilidade e confiança nos mares da África Ocidental".
Enviada da "cidade petrolífera" de Port Gentil, no Gabão, descreve a missão do USS Nashville, "treinando marinhas africanas para policiar o Golfo da Guiné". E dá foto de operação que flagrou um navio chinês.
Karin Bruliar/washigntonpost.com
Americanos "e seus alunos"





PROGRESSO

economist.com


Com atraso, a "Economist" avalia o embate entre Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes. Dá foto do primeiro e sublinha sua sintonia com a opinião pública. Mas diz que "Mendes fez algumas melhorias. Em particular, tirou proveito das reformas do sistema judiciário feitas pelo governo do presidente Lula em 2004 para as coisas se moverem mais rapidamente".
Sobre o embate, diz que confrontou "filosofia judicial", opondo o "ativismo judicial" de Barbosa à "visão mais conservadora" de Mendes. Afirma que "isso é um degrau acima do debate usual no e sobre o Supremo e soa como progresso. Mas ainda há caminho a percorrer e muitos processos a tirar" das pilhas.




"THE RISE OF THE C CLASS"

A "AdAge" deu a reportagem "A ascensão da classe C no Brasil", dizendo "Por que a M&C Saatchi abriu lá".
Em 2008, "20 milhões passaram a fazer parte da classe C", que foi a 86 milhões, "mais do que a população dos três Estados mais povoados dos EUA". Diz o presidente global da agência que "a presença eleva chance de trabalhar com empresas brasileiras em expansão internacional e com as empresas internacionais que entram".




GOOGLE E OS JORNAIS

ft.com


Sob o título "Google desiste da ideia de comprar jornal", o "Financial Times" deu entrevista em que Eric Schmidt admite ter pensado em aquisição e também no apoio a algum jornal, no modelo "sem fins lucrativos".
Evitou dizer se era o "NYT". Temendo "cruzar a fronteira" da tecnologia para o conteúdo, desistiu, "provavelmente". E agora vem trabalhando com "publishers" para fazer os sites "trabalharem melhor" com publicidade.


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@ - Nelson de Sá


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