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Vice de Souza encabeça lista para escolha de novo PGR
Gurgel agora disputa cargo com Gonçalves e Ela Wiecko
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Roberto Gurgel, Wagner
Gonçalves e Ela Wiecko foram
eleitos ontem pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) para formar a lista tríplice que será entregue na próxima semana ao
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Ele irá escolher o novo
procurador-geral da República,
cargo máximo do Ministério
Público Federal, hoje ocupado
por Antonio Fernando Souza.
Gurgel foi o mais votado, com
482 votos, seguido de Wagner
(429 votos) e Ela (314 votos). O
voto não era obrigatório. Dos
1.100 procuradores membros
da ANPR, 790 participaram da
eleição. Cada associado podia
votar em até três candidatos.
Além dos três, também participaram da eleição o subprocurador-geral da República, Eitel
Santiago, o procurador-chefe
da República em Mato Grosso
do Sul, Blal Dalloul, e o procurador da República em Londrina Marcio Ferreira Leite.
Nas últimas três edições
(2003, 2005 e 2007), Lula escolheu o primeiro da lista, respectivamente Cláudio Fonteles e
Antonio Fernando (duas vezes), prestigiando a associação.
Na prática, no entanto, Lula
não é obrigado a respeitar os indicados. A Constituição Federal define que é de livre escolha
do presidente a indicação para
o comando do Ministério Público da União.
O nome a ser escolhido por
Lula, entre o final de maio e o
início de junho, ainda precisará
passar por sabatina no Senado.
Souza fica no cargo até o dia 28
de junho, quando será substituído pelo sucessor, que terá
mandato de dois anos e pode
ser reconduzido por quantas
vezes o presidente quiser.
Na eleição de ontem, prevaleceram os nomes dos candidatos considerados mais fortes.
Gurgel, Wagner e Ela são do
grupo que criou, anos atrás, o
movimento "Novo Ministério
Público", no qual o ex-procurador-geral Cláudio Fonteles é
referência. Os três são ex-presidentes da ANPR.
A vitória de Gurgel simboliza
uma opção da categoria pela
continuidade da gestão atual.
Hoje vice-procurador-geral
-que é nomeado pelo procurador-geral-, já é conhecido pelos ministros do STF (Supremo
Tribunal Federal) e tem apoio
de Antonio Fernando Souza.
Gurgel, assim como o chefe,
não tem o perfil "combativo",
na opinião dos que querem um
procurador-geral que defenda
com firmeza a instituição. É casado com a subprocuradora-geral Cláudia Sampaio Marques, experiente na área criminal e a quem o atual procurador-geral costuma delegar as
ações penais mais polêmicas.
Já Gonçalves é um dos poucos no Ministério Público Federal que faz críticas abertas a
Gilmar Mendes. Foi o autor,
por exemplo, de parecer no
qual defende o juiz Fausto De
Sanctis no caso do banqueiro
Daniel Dantas, que conseguiu
de Mendes dois habeas corpus
em julho do ano passado.
Ela Wiecko, por sua vez, é famosa por atuar nas áreas de direitos humanos e minorias.
Conta com a simpatia de setores do PT. Poderá ser a opção de
Lula, se o presidente quiser nomear a primeira mulher para o
cargo em jogo.
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