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Após denúncia de desvios, Assembleia do PR reduz cargos
Casa eliminou 640 dos 1.674 cargos comissionados; rombo com fantasmas chega a R$ 26 mi, afirma Ministério Público
Deputado diz que corte "foi uma resposta a clamor da sociedade'; Legislativo atribui responsabilidade por fraude a ex-diretor-geral
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A Assembleia Legislativa do
Paraná cortou 40% dos cargos
comissionados após uma série
de denúncias envolvendo funcionários do alto escalão de seu
setor administrativo.
Eles são suspeitos de criar
um esquema de desvio de dinheiro por meio da nomeação
de funcionários fantasmas.
No final de abril, por causa
das acusações de corrupção, a
Mesa Diretora da Assembleia
Legislativa determinou a demissão dos 1.674 funcionários
contratados pela Casa em cargos de comissão.
A maior parte deles - 1.034-
foi recontratada pelos deputados, mas todos tiveram de fazer
recadastramento e se apresentar para o serviço. Outros 640
cargos, o equivalente a 38%, foram eliminados por uma comissão interna.
O deputado estadual Durval
Amaral (DEM), que participou
da reavaliação do quadro de
funcionários, disse que a redução "foi uma resposta ao clamor da sociedade" diante das
denúncias de corrupção que
atingiram a Assembleia.
Segundo o Ministério Público Estadual, cerca de R$ 26 milhões foram identificados como
dinheiro desviado por meio do
esquema dos funcionários fantasmas entre 1994 e 2009.
O volume de recursos, segundo o MP, pode ser maior -o que
só vai ser verificado à medida
que as investigações continuarem avançando.
A Mesa Diretora da Assembleia atribuiu toda a responsabilidade pelas irregularidades
ao ex-diretor-geral da Casa
Abib Miguel, conhecido como
Bibinho, que está preso há 28
dias. Ele nega a acusação.
O caso vem sendo investigado pelo Ministério Público desde o mês de março deste ano.
As nomeações de fantasmas
eram "oficializadas", de acordo
com a investigação, em edições
do "Diário da Assembleia", cuja
circulação era restrita a poucos
funcionários do setor administrativo e que não tinha periodicidade regular.
Deputados já pediram o afastamento do presidente da Casa,
Nelson Justus (DEM), que já
anunciou que não irá sair. Ele
declarou estar colaborando
com as investigações do Ministério Público Estadual.
A Mesa Diretora diz que vai
informatizar as edições dos novos diários e disponibilizá-las
nas próximas semanas em sua
página oficial na internet.
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