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ROMBO AMAZÔNICO
Dom Jayme Chemello, presidente da entidade, afirma que "Senado deve apurar as irregularidades"
Para CNBB, acusações a Jader são "pesadas"
CAROLINA VILA-NOVA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), d. Jayme Chemello, defendeu ontem a apuração das
acusações contra o presidente do
Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA). Segundo ele, as acusações
são "pesadas e o Senado deve
apurar as irregularidades".
"O Senado tem que defender
sua honra", disse d. Jayme à Folha. "Não é ruim ser investigado.
Pior é deixar lá", afirmou, referindo-se à necessidade de averiguar
se as acusações são verdadeiras.
"Eu não quero condenar porque não sei o que é verdade. Ele
próprio [Jader" diz que não é. Não
pode condenar sem prova. Antes,
é preciso provar", disse.
D. Jayme cobrou o Senado após
entrevista coletiva para avaliar a
campanha da fraternidade de
2001 -""Vida Sim, Drogas
Não!"- e tratar do tema de 2002,
que será "Fraternidade e Povos
Indígenas", com o lema "Por uma
terra sem males". É a primeira vez
que a CNBB lança uma campanha
da fraternidade sobre os índios.
Segundo a CNBB, o lançamento
da campanha faz parte da celebração dos 500 anos do descobrimento do Brasil. A necessidade de
demarcação das terras indígenas
será um dos temas prioritários da
campanha.
D. Jayme reconheceu que a Igreja Católica cometeu "uns pecadinhos" no seu trato com os índios
no passado. "A igreja tem uma dívida sagrada com os povos indígenas", disse ele.
O bispo negou, no entanto, que
a igreja fosse fazer uma avaliação
de sua própria atuação em relação
aos índios. "O passado passou.
Não queremos revolver o passado
para ficar falando mal dos portugueses, dos outros. Nossa preocupação é o hoje."
Crise energética
D. Jayme cobrou do governo os
problemas causados pela crise de
energia elétrica. "Não quero dizer
que o governo erra em tudo, mas
que devemos ser sinceros, bater
no peito quando erramos."
Segundo ele, os técnicos vinham
anunciando há muitos anos que
iria faltar energia. Na avaliação de
Chemello, o governo "não tomou
as medidas que devia", apesar de
ter conhecimento do problema, e
não agiu de forma transparente.
"Mais do que investimentos,
faltou uma política, faltou planejamento, faltou saber o que é prioridade para o país", criticou.
"É uma pena porque o "João povo" é quem vai pagar por isso."
Julgamento
A CNBB divulgou uma nota
manifestando "indignação" pela
absolvição de José Buarque de
Gusmão Neto, fazendeiro acusado de ser o mandante do assassinato da sindicalista Margarida
Maria Alves. O julgamento, em
João Pessoa (PB), ocorreu no início da semana.
Buarque foi absolvido por cinco
votos a dois. Margarida foi morta
há 18 anos por defender os direitos de trabalhadores rurais do interior da Paraíba.
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