São Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Senador pede à Justiça que tropas federais protejam sua fazenda

LUÍS INDRIUNAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), pediu ontem à Justiça que determine o envio de tropas federais para retirar os 700 integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que invadiram pela segunda vez sua fazenda no último dia 14.
"Se o Exército pode intervir para evitar a invasão de uma fazenda do presidente da República, por que não fazer o mesmo com uma propriedade do presidente do Senado?", disse o advogado de Jader, Edilson Dantas. Ele se referia à ação do Exército para proteger a fazenda da família de Fernando Henrique Cardoso de ameaças de invasão em Buritis (MG).
Além da "intervenção federal", Dantas pediu a prisão administrativa do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mauro Luiz Calandrini, por desobediência a uma decisão judicial. O comandante não se pronunciou ontem. A juíza de Aurora do Pará, Andréa Lopes Miralha, não deveria analisar o pedido ontem.
No dia 2 de maio, ela havia determinado a reintegração de posse com "força policial", quando a fazenda Chão Preto foi invadida pela primeira vez. Esta semana Andréa determinou que Calandrini explicasse porque a reintegração não havia sido cumprida.
Segundo o coronel, sua defesa seria feita explicando que houve 22 dias de negociações envolvendo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e Defensoria Pública. Na negociação foi acertado um prazo para que o Incra apresentasse outras áreas. As áreas apresentadas não foram aceitas pelo MST, que continua dizendo que as fazendas de Jader são griladas e, por isso, decidiu voltar para a área.
Ontem, MST, Incra e Defensoria Pública voltaram a se reunir, mas o impasse continuou.



Texto Anterior: Para CNBB, acusações a Jader são "pesadas"
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.