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MEMÓRIA
Brindeiro foi nomeado por FHC em 1995
DA REDAÇÃO
O presidente Fernando Henrique Cardoso indicou Geraldo
Brindeiro para procurador-geral da República em 13 de junho de 1995, no lugar de Aristides Junqueira, que em 1992 denunciou o presidente Fernando Collor de Mello por corrupção e formação de quadrilha.
Brindeiro não alcançou o
mesmo prestígio de seu antecessor. Em 1997, ganhou o apelido de "engavetador-geral da
República", dado pelo deputado Milton Temer (PT-RJ), que
o acusava de impedir investigações sobre o governo FHC.
Natural de Recife (PE), Geraldo Brindeiro é primo do vice-presidente Marco Maciel. Ingressou no Ministério Público
Federal em 1975. Antes disso,
tinha sido assessor no Supremo Tribunal Federal, técnico
do Tribunal de Contas da
União e procurador do Incra.
Em 1990, Brindeiro tornou-se
vice-procurador-geral-eleitoral. Em março de 1991, pediu o
arquivamento dos inquéritos
que investigavam a participação de funcionários públicos
do governo alagoano na campanha eleitoral de Fernando
Collor de Mello, em 1989.
Em 1993, a Folha revelou que
Brindeiro havia usado irregularmente um carro oficial do
Ministério Público para transportar familiares. Ele alegou
que seu carro estava quebrado.
Brindeiro tomou posse como
procurador-geral em 28 de junho de 1995 e logo passou a ser
criticado por seus próprios colegas. Em 10 de dezembro, a
subprocuradora da República
Ela Castilho, que investigava o
caso da "pasta rosa" do Banco
Econômico, acusou Brindeiro
de atrapalhar o trabalho dos
procuradores. No ano seguinte, Brindeiro pediu o arquivamento do inquérito contra os
políticos citados na pasta.
Em 18 de março de 1996, o
subprocurador dos Direitos do
Cidadão, Álvaro Costa, acusou
Brindeiro de esvaziar a Procuradoria dos Direitos do Cidadão ao não encaminhar questionamentos às autoridades.
Em maio de 1999, descobriu-se que Brindeiro havia feito três
viagens ao arquipélago de Fernando de Noronha em aviões
da FAB. Procuradores no Distrito Federal abriram processo
contra ele, exigindo a devolução de R$ 100 mil ao Tesouro.
Em dezembro, o procurador
Luiz Francisco de Souza criticou sua atuação: "Brindeiro é
omisso. Não de forma indiscriminada. Ele quase não entra
com nenhuma ação contra as
leis do Palácio do Planalto".
Em 25 de março de 2000, o
subprocurador Edinaldo Borges acusou Brindeiro de ter retardado em pelo menos dois
anos a apresentação de denúncias contra os envolvidos no escândalo dos precatórios. Na
época, o procurador Artur
Gueiros disse ser favorável ao
impeachment de Brindeiro.
Em abril passado, Brindeiro
arquivou o pedido para que se
investigasse o envolvimento do
general Alberto Cardoso no
grampo telefônico no BNDES.
Em maio, Brindeiro arquivou a
investigação que poderia gerar
a abertura de ação contra o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) por desvios no Banpará.
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