São Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 2001

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MEMÓRIA

Brindeiro foi nomeado por FHC em 1995

DA REDAÇÃO

O presidente Fernando Henrique Cardoso indicou Geraldo Brindeiro para procurador-geral da República em 13 de junho de 1995, no lugar de Aristides Junqueira, que em 1992 denunciou o presidente Fernando Collor de Mello por corrupção e formação de quadrilha.
Brindeiro não alcançou o mesmo prestígio de seu antecessor. Em 1997, ganhou o apelido de "engavetador-geral da República", dado pelo deputado Milton Temer (PT-RJ), que o acusava de impedir investigações sobre o governo FHC.
Natural de Recife (PE), Geraldo Brindeiro é primo do vice-presidente Marco Maciel. Ingressou no Ministério Público Federal em 1975. Antes disso, tinha sido assessor no Supremo Tribunal Federal, técnico do Tribunal de Contas da União e procurador do Incra.
Em 1990, Brindeiro tornou-se vice-procurador-geral-eleitoral. Em março de 1991, pediu o arquivamento dos inquéritos que investigavam a participação de funcionários públicos do governo alagoano na campanha eleitoral de Fernando Collor de Mello, em 1989.
Em 1993, a Folha revelou que Brindeiro havia usado irregularmente um carro oficial do Ministério Público para transportar familiares. Ele alegou que seu carro estava quebrado.
Brindeiro tomou posse como procurador-geral em 28 de junho de 1995 e logo passou a ser criticado por seus próprios colegas. Em 10 de dezembro, a subprocuradora da República Ela Castilho, que investigava o caso da "pasta rosa" do Banco Econômico, acusou Brindeiro de atrapalhar o trabalho dos procuradores. No ano seguinte, Brindeiro pediu o arquivamento do inquérito contra os políticos citados na pasta.
Em 18 de março de 1996, o subprocurador dos Direitos do Cidadão, Álvaro Costa, acusou Brindeiro de esvaziar a Procuradoria dos Direitos do Cidadão ao não encaminhar questionamentos às autoridades.
Em maio de 1999, descobriu-se que Brindeiro havia feito três viagens ao arquipélago de Fernando de Noronha em aviões da FAB. Procuradores no Distrito Federal abriram processo contra ele, exigindo a devolução de R$ 100 mil ao Tesouro.
Em dezembro, o procurador Luiz Francisco de Souza criticou sua atuação: "Brindeiro é omisso. Não de forma indiscriminada. Ele quase não entra com nenhuma ação contra as leis do Palácio do Planalto".
Em 25 de março de 2000, o subprocurador Edinaldo Borges acusou Brindeiro de ter retardado em pelo menos dois anos a apresentação de denúncias contra os envolvidos no escândalo dos precatórios. Na época, o procurador Artur Gueiros disse ser favorável ao impeachment de Brindeiro.
Em abril passado, Brindeiro arquivou o pedido para que se investigasse o envolvimento do general Alberto Cardoso no grampo telefônico no BNDES. Em maio, Brindeiro arquivou a investigação que poderia gerar a abertura de ação contra o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) por desvios no Banpará.


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