|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo e oposição disputam Alencar
THOMAS TRAUMANN
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos 15 filhos de uma família
que vivia na pobreza da Zona da
Mata mineira e hoje dono de uma
indústria que vai faturar R$ 1 bilhão, o senador José Alencar Gomes da Silva (PMDB-MG) passou
os últimos três meses como o político mais assediado do país.
Antes de se definir pela possível
candidatura a vice numa chapa liderada pelo petista Luiz Inácio
Lula da Silva, Alencar foi convidado pelo presidenciável Ciro Gomes a entrar no PPS ou no PTB.
Ciro disse a um amigo que Alencar seria o vice ideal da sua chapa.
Em maio, o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, o
procurou para saber se ele gostaria de participar do governo FHC,
a quem apoiou em 1998.
"Todo mundo ficou me procurando", disse, na semana passada,
Alencar, 69, dono da Coteminas,
fábrica das marcas Artex e Santista. Há duas explicações para o PT
querer o apoio de um milionário
empresário peemedebista -ousadia inimaginável no passado.
A primeira é que Alencar é desafeto do governador Itamar Franco
(PMDB), que o derrotou na convenção do PMDB mineiro. Numa
chapa presidencial, o senador poderá contrapor o apoio natural
que Itamar terá em Minas.
O segundo motivo é a sua trajetória de sucesso. Alencar começou a trabalhar aos 15 anos. Economizava dinheiro dormindo no
corredor de uma pensão. Montou
seu próprio negócio aos 18 anos.
Nos anos 60, com subsídios da extinta Sudene, abriu a Coteminas.
Os empréstimos foram pagos.
Em conversas petistas, Lula definiu o senador como um empresário inteligente, de visão nacionalista e sem preconceitos com o
partido. Na semana passada, antes de anunciar a saída do PMDB,
Alencar devolveu as gentilezas.
"Gosto muito do Lula. (...) Os empresários deveriam ouvi-lo mais."
Texto Anterior: Saiba quem é: Senador mineiro sofre assédio de governo e oposição Próximo Texto: Grafite Índice
|