|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para Alckmin, caso
encurta governo Lula
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem no Paraná que a crise política
antecipou o debate sobre a sucessão presidencial e provocou um
"encurtamento" do governo Lula.
Segundo Alckmin, o "encurtamento" quer dizer que, até o fim
do governo, o foco do debate público estará centrado na crise gerada pelos escândalos do "mensalão" e dos Correios.
"Eu concordo que essa crise
acaba encurtando o governo.
Agora, você não pode antecipar o
calendário eleitoral", disse. Ele
defendeu que o tempo de maturação das candidaturas para 2006
seja respeitado. "Defendo que a
escolha de candidatos ocorra só
no ano que vem. Sou contra antecipar o debate sucessório, [porque] você encurta o governo, dificulta a governabilidade", disse.
Alckmin não quis responder se,
na sua opinião, o debate sucessório vai se sobrepor à administração petista de forma irreversível.
"Eu costumo brincar que há dois
ansiosos na vida: os políticos e os
jornalistas", disse, encerrando a
conversa sobre esse tema.
O governador de São Paulo participou da abertura do encontro
municipal 2005, em Pinhais (região metropolitana de Curitiba),
com participação de cerca de 200
prefeitos do Paraná. Também
convidado, o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB),
não compareceu.
Alckmin negou que estivesse ali
em campanha. "Sou um municipalista. Gosto do assunto. Só se fala de Brasília e é preciso descentralizar. E o governo do PT está na
linha contrária, da centralização.
Num país continental isso não
funciona." Ele falou no encontro
sobre reformas fiscal e tributária.
"Caixa dois"
Sobre a declaração de anteontem do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), de que o "caixa
dois" acontece nas campanhas
eleitorais de todos os partidos
-citando que houve doações
sem registro também nas campanhas à Presidência de Fernando
Henrique Cardoso-, Alckmin
disse que as doações ao tucano estavam "dentro da legislação".
"Primeiro, em relação às campanhas do presidente FHC, [elas
estavam] rigorosamente dentro
da legislação. Isso é importante
destacar. Segundo, nada justifica
o que está acontecendo. Não é um
caso isolado", afirmou.
Em seguida, Alckmin disse defender o financiamento público
para campanhas eleitorais.
Texto Anterior: Fonteles diz que livrou Lula de investigação Próximo Texto: Câmara rejeita duas MPs e derrota Planalto Índice
|