São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 2005

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Para Alckmin, caso encurta governo Lula

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem no Paraná que a crise política antecipou o debate sobre a sucessão presidencial e provocou um "encurtamento" do governo Lula. Segundo Alckmin, o "encurtamento" quer dizer que, até o fim do governo, o foco do debate público estará centrado na crise gerada pelos escândalos do "mensalão" e dos Correios.
"Eu concordo que essa crise acaba encurtando o governo. Agora, você não pode antecipar o calendário eleitoral", disse. Ele defendeu que o tempo de maturação das candidaturas para 2006 seja respeitado. "Defendo que a escolha de candidatos ocorra só no ano que vem. Sou contra antecipar o debate sucessório, [porque] você encurta o governo, dificulta a governabilidade", disse.
Alckmin não quis responder se, na sua opinião, o debate sucessório vai se sobrepor à administração petista de forma irreversível. "Eu costumo brincar que há dois ansiosos na vida: os políticos e os jornalistas", disse, encerrando a conversa sobre esse tema.
O governador de São Paulo participou da abertura do encontro municipal 2005, em Pinhais (região metropolitana de Curitiba), com participação de cerca de 200 prefeitos do Paraná. Também convidado, o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), não compareceu.
Alckmin negou que estivesse ali em campanha. "Sou um municipalista. Gosto do assunto. Só se fala de Brasília e é preciso descentralizar. E o governo do PT está na linha contrária, da centralização. Num país continental isso não funciona." Ele falou no encontro sobre reformas fiscal e tributária.

"Caixa dois"
Sobre a declaração de anteontem do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), de que o "caixa dois" acontece nas campanhas eleitorais de todos os partidos -citando que houve doações sem registro também nas campanhas à Presidência de Fernando Henrique Cardoso-, Alckmin disse que as doações ao tucano estavam "dentro da legislação".
"Primeiro, em relação às campanhas do presidente FHC, [elas estavam] rigorosamente dentro da legislação. Isso é importante destacar. Segundo, nada justifica o que está acontecendo. Não é um caso isolado", afirmou.
Em seguida, Alckmin disse defender o financiamento público para campanhas eleitorais.


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