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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Choque de apetites
Sarney diz não querer, mas aceitaria. Só que tem
medo -o caso Gautama, que já fez uma vítima em sua
tropa, poderia bem fazer outras caso o encontrasse na
presidência do Senado. O restante do PMDB também
quer, mas está difícil achar ali quem resista à inspeção
do noticiário. O PT quer, mas, dado que o partido já
comanda a Câmara, as conseqüências sobre o equilíbrio da base aliada seriam imprevisíveis. O DEM quer,
mas, como o governo tem maioria na Casa, não será
fácil fazê-lo engolir mesmo uma opção light, tipo
Marco Maciel. Até o PSDB sonha com a possibilidade,
mas teria de se entender com PMDB e/ou PT. O que
segura Renan Calheiros é o fato de ainda não haver
acordo em torno do nome para substituí-lo.
Para ontem 1. A parada
técnica dada pela tropa-de-choque de Renan Calheiros
(PMDB-AL) visa corrigir besteiras feitas até aqui. A missão
mais urgente é enquadrar o
presidente do Conselho de
Ética, Sibá Machado (PT-AC),
que disse que o processo de
cassação já está aberto.
Para ontem 2. Os aliados
de Renan estudam duas saídas: 1) pressionar o próprio
Sibá a declarar que se enganou; 2) consultar a Secretaria-Geral da Mesa, onde a prestativa Cláudia Lyra já lhes disse
haver outro entendimento
sobre o estágio atual da investigação contra o presidente.
Septicemia. Suplente de
Téo Vilela e aliado de Renan, o
alagoano João Tenório alertou os tucanos: se as investigações avançarem mais, o
presidente do Senado perderá
a capacidade de se explicar.
Me aguarde. Do hospital,
ACM mandou avisar que vai
"até o fim" com Renan. Resta
saber se o presidente resistirá
por mais duas semanas
-tempo mínimo que, segundo os médicos, o senador do
DEM ainda permanecerá internado em São Paulo.
O russo. Apesar da orientação do DEM para que sua bancada se posicionasse contra o
arquivamento do processo no
Conselho de Ética, Heráclito
Fortes (PI) estava pronto para votar com Renan, na sessão
de quarta-feira, caso os próprios peemedebistas não tivessem amarelado antes.
Arauto. O principal porta-voz da teoria segundo a qual
Renan, uma vez apeado do
posto, vai se vingar de seus algozes é o primeiro-secretário
da Mesa do Senado, Efraim
Morais (DEM-PB). "Amanhã
poderá ser qualquer um de
nós", disse, em tom profético,
na reunião de seu partido.
Janela. Com o novo agravamento da situação nos aeroportos, integrantes da CPI do
Apagão Aéreo da Câmara já
falam em antecipar a convocação de Juniti Saito, comandante da Força, e Waldir Pires, ministro da Defesa, para
prestarem esclarecimentos à
comissão nos próximos dias.
Modo de usar. A CPI da
Câmara incorporou a sugestão da oposição de tentar intermediar o contencioso entre controladores e seus superiores, mas alguns governistas
bateram duro na decisão. "A
comissão não é órgão de negociação porque não tem nem
sequer unidade política", diz
Carlos Zarattini (PT-SP).
Serra e o Cristo. Cerca
de 1 milhão e 200 mil servidores do governo de SP receberam nos contracheques de junho a mensagem "Faça parte
da história. Participe da eleição das sete novas maravilhas
do mundo. Eleja uma maravilha brasileira. Vote no Cristo
Redentor", acrescida do endereço do site de votação.
Mercado futuro. O governador do Distrito Federal,
José Roberto Arruda, é apresentado como "provável candidato do DEM à eleição presidencial de 2010" em material de divulgação de um grupo de empresários com quem
se reunirá na próxima segunda-feira em São Paulo.
Tática. O PT tenta constranger ainda mais os governistas
da Assembléia gaúcha, que reluta em aprovar projeto de aumento de salário dos deputados e de Yeda Crusius (PSDB),
com uma proposta de reajuste
igual ao dado aos servidores
estaduais nos últimos quatro
anos. A governadora tem atrasado parte do salário do funcionalismo desde sua posse.
Tiroteio
"Mangabeira passou do magnicídio ao
elogio da magnanimidade presidencial".
Do deputado FERNANDO FERRO (PT-PE) sobre Mangabeira Unger, que
após classificar o governo Lula como "o mais corrupto da história", em
2005, fez questão de destacar em sua posse na Secretaria de Planejamento de Longo Prazo a "magnanimidade" do presidente.
Contraponto
Licença médica
Tião Viana (PT-AC) queixava-se ontem de uma incômoda dor de ouvido.
-Estou surdo-, disse o vice-presidente do Senado a colegas no plenário.
Sempre cauteloso ao tratar de assuntos polêmicos, Viana encontrou um meio
de fugir da armadilha quando um dos
presentes lhe perguntou sobre a possibilidade de assumir o comando da casa em
caso de renúncia de Renan Calheiros:
-Hã? O que é que você está dizendo? Agora é que não estou escutando mais nada mesmo...
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