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Lula recusa ajuda a senador e discute substituto
Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
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O presidente Lula e o governador Aécio Neves participam da inauguração de avenida em Minas |
KENNEDY ALENCAR
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu nos últimos
dias com aliados e auxiliares o
cenário de queda de Renan Calheiros da presidência do Senado. Discretamente, já se movimenta para, caso se concretize
a queda, que seus aliados no Senado elejam um nome simpático ao governo.
Por ora, há cenários sobre a
eventual substituição. Renan
resiste a se licenciar do cargo.
Se mantiver a disposição de só
sair da presidência se cassado, a
crise pode durar meses.
Daí o cuidado de Lula e aliados. Não podem hostilizar Renan, avaliam. Um eventual sucessor deveria receber o seu
aval, numa saída negociada. Se
Renan deixar em definitivo a
presidência do Senado, seria
preciso nova eleição.
Um nome que surge como
possível de receber a bênção de
Renan é o do líder da bancada
do PMDB no Senado, Valdir
Raupp (RO). Nos bastidores,
Gerson Camata (PMDB-ES)
também é lembrado.
O senador José Sarney
(PMDB-AP), ex-presidente da
República que já presidiu o Senado, tem dito a aliados que
não deseja o posto. A senadora
Roseana Sarney (PMDB-MA),
líder do governo no Congresso,
também tem se colocado fora
dessa discussão.
Lula tem chamado aliados
para avaliar a saúde política de
Renan. Nos últimos dois dias,
conversou com Sarney, Roseana, Michel Temer (PMDB-SP),
Aloizio Mercadante (PT-SP) e
com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). A todos, diz preferir que
Renan continue. No entanto,
afirma não ter como ajudá-lo.
Exemplo: Lula recusou pedido
de Jucá para convencer o PT a
bancar absolvição anteontem
no Conselho de Ética do Senado, como queria Renan. Lula
tem dito não ter controle sobre
o senador Eduardo Suplicy
(PT-SP), membro do conselho.
Para Lula, a situação de Renan se agravou. Teme que
eventual queda leve à eleição de
oposicionista, algo improvável,
ou de aliado não-confiável aos
olhos do governo, como Pedro
Simon (PMDB-RS).
O candidato a uma eventual
sucessão de Renan teria de ser
alguém praticamente "acima
do bem e do mal", nas palavras
de quem conversou com Lula.
A posição de Lula tem irritado Renan. Reservadamente, ele
tem dito que, como aliado do
Planalto, esperava apoio maior
do governo. Amigos do senador
avaliam que, se ele sobreviver
ao processo no Conselho de
Ética e mantiver a presidência,
sua relação com o governo mudará para pior pela falta de
apoio explícito de Lula.
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