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OUTRO LADO
Superintendente em SP diz que sua compra foi lícita
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O superintendente da Polícia Federal em São Paulo,
delegado Francisco Baltazar
da Silva, afirmou que é lícita
a origem dos reais que usou
para comprar dólares de Antonio Oliveira Claramunt, o
Toninho da Barcelona.
Segundo Baltazar, uma indenização por danos morais
decorrente de ação judicial
que moveu contra a revista
"Veja" explica a compra dos
dólares. Mas essa não foi a
única fonte do dinheiro usado. Outras seriam, por
exemplo, seu próprio salário
ou a venda de um imóvel.
O delegado reafirmou que
declarou ao Imposto de
Renda o valor da indenização. Não revelou, no entanto, em que ano informou o
fato ao fisco. "Isso é particular, meu, não interessa a ninguém. Não estou respondendo a processo nenhum",
disse. Conforme "mandado
de levantamento judicial" ao
qual a reportagem da Folha
teve acesso, Baltazar recebeu
da editora responsável pela
revista "Veja" R$ 604,86 mil
em março de 1998.
Localizada por telefone em
sua casa, em São Paulo, no
início da noite de ontem,
Isaura Almeida Dias Aiosa,
que é mulher do delegado federal aposentado Paulo Miyoshi, afirmou não ter "nada
para falar a respeito" de
transações com o doleiro
Toninho da Barcelona. Ela
disse também que seu marido não estava em casa.
O subprocurador-geral da
República Henrique Fagundes Filho admitiu que conhece e "gosta muito" de
Barcelona. Mas negou que
tenha comprado dólares.
Afirmou que apenas descontou cheques de sua mãe e
de sua tia, em valores que
nunca ultrapassaram R$
7.000 por operação.
O juiz federal Aroldo Wa-
shington disse que não conhece o doleiro. O magistrado afirmou que comprou
cerca de US$ 10 mil para viagens que costuma fazer à Itália. Declarou a quantia ao
Imposto de Renda e disse
que o documento está à disposição da PF, para confirmar sua explicação. Afirmou ainda que jamais atuou
em um processo que tivesse
relação com Barcelona.
O juiz declarou que apenas
procurou a casa de câmbio
porque é vizinho dela -mora na mesma avenida São
Luís, no centro de São Paulo.
Washington afirmou que a
casa de câmbio, na época das
aquisições, tinha autorização do Banco Central para a
atividade. Disse que, por
causa disso, não tinha motivos para suspeitar de problemas com a empresa.
O agente Jonson Lara Júnior não autoriza a divulgação de seu telefone pessoal
para contato pelo serviço de
informações. A Folha entregou à assessoria de comunicação da PF paulista, na última sexta-feira, pedido por
escrito para ouvir oito policiais federais referidos na investigação sobre Barcelona,
incluindo os agentes Lara Júnior e Ricardo Branco e os
delegados Paulo Miyoshi e
Mauro Abdo, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição.
O chefe da comunicação
da PF paulista, Wagner Castilho, procurado ontem por
telefone, não foi localizado
nem ligou de volta em resposta ao recado.
(AM, ID e RV)
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