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Gushiken diz que investigações são "sórdidas"
DA REDAÇÃO
O titular da Secretaria de Comunicações, ministro Luiz Gushiken, disse à Folha que as investigações da Kroll são "ilegais, sórdidas e vêm de interesses que não
são públicos". Segundo Gushiken, "a Justiça vai dar um tratamento adequado a essa questão".
Gushiken confirma o envio de
duas mensagens a Luiz Roberto
Demarco, em 2000 e em 2001, mas
nega qualquer irregularidade.
"Tive com Demarco dois tipos
de relacionamento. Eu atuava na
área de previdência e me preocupava muito com o acordo de acionistas que os fundos de pensão fizeram com Daniel Dantas no governo passado. Demarco me contava como Daniel [Dantas] controlava esses fundos de pensão",
afirmou o ministro.
Segundo Gushiken, o outro assunto diz respeito a uma empresa
de software que Demarco tinha
na área de call center. "Ele queria
saber como funcionava o setor de
previdência complementar. Queria minha opinião a respeito."
Viagem
Em férias, Cássio Casseb, presidente do Banco do Brasil, não foi
localizado. A secretária-executiva
do BB confirmou a viagem de
Casseb a Portugal, mas disse que
o motivo foi um encontro com a
empresa Visa, administradora
mundial de cartões de crédito.
Durante a viagem, informou a secretaria, Casseb teria se hospedado no mesmo hotel Four Seasons
Ritz, descrito no relatório, porque
é lá que a Visa organizou um encontro de seu conselho.
A assessoria do banco disse ainda ser normal que, em viagens como essa, Casseb participe de encontros com executivos de outras
companhias.
Embora tenha confirmado um
recente encontro com um executivo da Telecom Italia num hotel
do Rio, o secretário de Planejamento do Estado de São Paulo,
Andrea Calabi, nega que a reunião tenha contado com a participação de Casseb ou do presidente
da Previ, Sergio Rosa.
"Fui conselheiro da Telecom
Italia e estive lá para um aperitivo.
Mas não tive nenhuma reunião
com o Casseb. São loucuras mentais de você sabe quem", afirmou,
sem mencionar a quem se referia.
Calabi, no entanto, confirmou
outra informação que consta do
relatório da Kroll: ele e Casseb dividiram um escritório entre 2001 e
2002. As duas empresas, explica,
compartilharam o mesmo prédio,
além de projetos, inclusive na área
de telefonia.
"Fomos conselheiros da Telecom Italia. Ele já era conselheiro
antes de mim", lembra, chamando de paranóia empresarial a
atuação da Kroll.
Procurado, o banqueiro Daniel
Dantas negou-se a conversar com
a Folha, assim como o empresário Luiz Roberto Demarco.
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