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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ REFORMA
Petista, que já tinha tido status de ministro rebaixado na última semana, comandará o Núcleo de Ação Estratégica e responderá direto a Lula
Gushiken deixa Secom e vira assessor
Alan Marques/Folha Imagem
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que decidiu desmembrar a Secom, de Luiz Gushiken |
EDUARDO SCOLESE
ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dos ministros mais próximos do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, Luiz Gushiken deixou ontem a Secom (Secretaria de
Comunicação de Governo e Gestão Estratégica), que foi desmembrada. Com a perda do cargo, ele
passa a ser chefe do Núcleo de
Ação Estratégica. As mudanças,
anunciadas por Lula, ocorreram
depois das denúncias de corrupção que recaem sobre os contratos de publicidade do governo.
A idéia de transferir a Secom para a Casa Civil foi abortada porque a ministra Dilma Rousseff
considerou "incompatível" acumular coordenação de ministérios e programas com distribuição de verbas de publicidade.
A área de Comunicação, que
trata de publicidade do governo,
passará a ser subordinada à Secretaria Geral da Presidência, do agora "superministro" Luiz Dulci,
que também acumulará a Secretaria de Direitos Humanos, que
perdeu o status de ministério.
Gushiken, como já estava definido havia duas semanas, perde a
condição de ministro. Mas passa a
responder diretamente a Lula.
O núcleo tem como função elaborar estudos para subsidiar o
presidente e demais órgãos do governo na implementação de políticas públicas. Recentemente, por
exemplo, elaborou estudos sobre
o biodiesel e a reforma política.
Pontos para Dulci
Já a área de Comunicação, agora
sob o comando de Dulci, trabalha
com a divulgação e a implantação
de programas do governo federal.
Ficará sob a responsabilidade de
Dulci, por exemplo, a elaboração
de campanhas publicitárias financiadas por grandes empresários, como a da auto-estima.
Desde o surgimento da pior crise do governo, Dulci ganhou pontos com o presidente, tendo sido
cotado, inclusive, para assumir a
presidência do PT e, depois, o Ministério da Educação.
Ao mesmo tempo, o processo
de desgaste de Gushiken no governo só aumentou. Ele, inclusive,
chegou a colocar seu cargo à disposição, mas Lula pediu que ele
continuasse. "Estou aqui para
ajudar o presidente Lula", disse
Gushiken, à época.
Pesam contra Gushiken o aumento dos investimentos em publicidade na revista de um cunhado, a influência nos fundos de
pensão e o fato de a empresa da
qual foi sócio, a Globalprev, ter
ampliado seu faturamento durante o governo petista. Além disso,
segundo a Folha apurou, a Comissão de Ética Pública da Presidência está cobrando explicações
de Gushiken.
A Secretaria dos Direitos Humanos também perdeu o status
de ministério, mas, a pedido de
entidades e movimentos sociais
ligados ao tema, permanecerá
vinculada à Presidência, e não
mais ao Ministério da Justiça, como o Planalto havia anteriormente anunciado.
No guarda-chuva de Dulci, agora com Direitos Humanos, conforme a Folha já havia antecipado, já existe a execução do recém-criado Projovem (Programa Nacional de Inclusão de Jovens).
Ainda não está definido, porém,
os nomes dos novos secretários
de Comunicação e de Direitos
Humanos. Mário Mamede, adjunto de Nilmário Miranda (que
vai disputar a presidência do PT
de Minas Gerais), é o mais cotado.
Outro fator que pesou no desmembramento da Secom foi o inchaço da Casa Civil, que conta hoje com três subchefias.
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