São Paulo, domingo, 22 de julho de 2007

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Adeus a ACM reúne multidão na Bahia

Velório foi visitado por 15 mil; população se aglomerou nas ruas para acompanhar a carreata fúnebre em carro aberto

Aliados e adversários políticos compareceram ao enterro; atraso em vôo impediu Geraldo Alckmin de acompanhar a cerimônia

João Wainer/Folha Imagem
Os senadores Renan, Sarney e Edison Lobão (DEM-MA), ontem, no velório de Antonio Carlos Magalhães no Palácio da Aclamação

FÁBIO GUIBU
LUIZ FRANCISCO

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O corpo do senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), 79, morto anteontem em São Paulo, foi enterrado às 17h35 de ontem, com honras militares, no cemitério do Campo Santo, em Salvador, após ser velado por 17 horas no Palácio da Aclamação, antiga residência oficial do governo estadual.
ACM foi enterrado ao lado do filho e ex-presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães, e da filha Ana Magalhães, mortos, respectivamente, em 1998 e 1986. Para que o cerimonial cuidasse apenas dos trâmites do enterro, o Campo Santo foi fechado no período da tarde.
No velório, acompanhado por cerca de 15 mil pessoas, segundo a Casa Militar, o monsenhor Gaspar Sadock, amigo da família Magalhães, rezou a missa de corpo presente. O vôo do cardeal dom Geraldo Magela, que comandaria a cerimônia, atrasou e ele não conseguiu chegar a tempo.
O corpo do senador foi transportado do velório ao cemitério em carro aberto pelo Corpo de Bombeiros. No trajeto de dois quilômetros, o cortejo foi seguido por uma carreata e saudado por populares que se aglomeravam na calçada.
Faixas enaltecendo o parlamentar e panos pretos para demonstrar luto foram estendidos nas janelas. Carros circularam nas ruas com fitas pretas presas às antenas.
Ao chegar ao Campo Santo, o corpo do senador foi recebido por 72 cadetes e três oficiais. Após uma salva de 213 tiros, o caixão foi transportado até a quadra 16, onde está localizado o jazigo da família.
Temendo um tumulto, a polícia fechou os portões do cemitério após a entrada de políticos, amigos, familiares e convidados. O local só foi reaberto quase no fim da solenidade.
Houve correria e aglomeração, ao contrário do que aconteceu no velório, onde as pessoas se organizaram para homenagear o líder político.
Na calçada em frente ao palácio, a fila chegou a atingir 700 metros de extensão. Homens e mulheres carregavam fotos, faixas e mensagens para homenagear o morto. Muitos choravam. Sob sol forte, alguns passaram mal e foram socorridos por médicos e policiais.
Aliados e adversários políticos do senador compareceram ao velório e ao enterro. Estiveram em pelo menos um dos locais o vice-presidente José Alencar, representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os senadores José Sarney (PMDB-AP), Edison Lobão (DEM-MA), Marco Maciel (DEM-PE), Ideli Salvati (PT-SC), João Durval Carneiro (PDT-BA), César Borges (DEM-BA), Wellington Salgado (PMDB-MG), Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Também estiveram presentes os governadores Jaques Wagner (PT-BA), Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e Marcelo Déda (PT-SE), o ex-governador da Bahia Paulo Souto (DEM) e o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT). A ausência política mais sentida foi a do ex-governador e ministro da Defesa, Waldir Pires (PT), maior adversário de ACM na Bahia.
O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) ficou retido no aeroporto em São Paulo por quatro horas, mas não conseguiu embarcar.


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