São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Presidente faz elogio à tese de Soros para dívida

DO ENVIADO ESPECIAL A MONTEVIDÉU

O presidente Fernando Henrique Cardoso aproveitou sua crítica aos mecanismos internacionais de financiamento para elogiar idéia do financista George Soros para resolver o problema da dívida brasileira.
Soros defende a tese de que os bancos centrais dos países ricos devem prover a liquidez necessária para os títulos da dívida de países como o Brasil.
"É uma idéia que coloca de maneira mais enfática aquilo que muitos temos dito", afirmou o governante brasileiro, na entrevista coletiva concedida no Palácio Libertad, sede do governo uruguaio.
FHC repetiu o que dissera no almoço oferecido pelos dirigentes uruguaios de marketing: "O FMI ficou pequeno".
Ou seja, o Fundo, que deveria funcionar como emprestador de última instância para países em dificuldades de financiamento, "não tem capacidade efetiva" para fazê-lo, na opinião de FHC.
O presidente citou o fato de que o empréstimo a ser aprovado para o Brasil, "considerado grande", é de US$ 30 bilhões, quando, "em um único dia, circulam trilhões, não bilhões de dólares", em transações financeiras que cruzam fronteiras, comparou.
A seu lado, o presidente uruguaio, Jorge Battle, reforçou o argumento, ao lembrar que, há 40 anos, países como Brasil e Uruguai eram financiados pelos bancos. Hoje o são pelos fundos de investimento.
"Quando os fundos se retiram dos mercados, e os bancos já não estão, ninguém nos empresta um peso", afirmou Battle, com a experiência de quem teve que decretar feriado bancário de uma semana e intervir em alguns bancos, para evitar o colapso de todo o sistema financeiro, provocado justamente pela fuga de depósitos. (CLÓVIS ROSSI)


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Tucano viaja em palestras por 3 meses
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.