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Presidente faz
elogio à tese de
Soros para dívida
DO ENVIADO ESPECIAL A MONTEVIDÉU
O presidente Fernando Henrique Cardoso aproveitou sua
crítica aos mecanismos internacionais de financiamento
para elogiar idéia do financista
George Soros para resolver o
problema da dívida brasileira.
Soros defende a tese de que
os bancos centrais dos países
ricos devem prover a liquidez
necessária para os títulos da dívida de países como o Brasil.
"É uma idéia que coloca de
maneira mais enfática aquilo
que muitos temos dito", afirmou o governante brasileiro,
na entrevista coletiva concedida no Palácio Libertad, sede do
governo uruguaio.
FHC repetiu o que dissera no
almoço oferecido pelos dirigentes uruguaios de marketing: "O FMI ficou pequeno".
Ou seja, o Fundo, que deveria
funcionar como emprestador
de última instância para países
em dificuldades de financiamento, "não tem capacidade
efetiva" para fazê-lo, na opinião de FHC.
O presidente citou o fato de
que o empréstimo a ser aprovado para o Brasil, "considerado grande", é de US$ 30 bilhões, quando, "em um único
dia, circulam trilhões, não bilhões de dólares", em transações financeiras que cruzam
fronteiras, comparou.
A seu lado, o presidente uruguaio, Jorge Battle, reforçou o
argumento, ao lembrar que, há
40 anos, países como Brasil e
Uruguai eram financiados pelos bancos. Hoje o são pelos
fundos de investimento.
"Quando os fundos se retiram dos mercados, e os bancos
já não estão, ninguém nos empresta um peso", afirmou Battle, com a experiência de quem
teve que decretar feriado bancário de uma semana e intervir
em alguns bancos, para evitar o
colapso de todo o sistema financeiro, provocado justamente pela fuga de depósitos.
(CLÓVIS ROSSI)
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