São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 2005

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PAINEL

Termômetro 1
Encerrada sua entrevista, Antonio Palocci conversou por telefone com Geraldo Alckmin. O ministro da Fazenda perguntou ao governador paulista se havia sido suficientemente claro e abrangente em suas explicações.

Termômetro 2
Além de trocarem impressões sobre a crise e a entrevista em si, o petista e o tucano discutiram a necessidade de dar prosseguimento às investigações da polícia e do Ministério Público "dentro da legalidade". Ao menos no telefone, manifestaram concordância nesse aspecto.

Platéia VIP
Na ante-sala do gabinete de Palocci, acompanharam a entrevista pela TV o número dois da Fazenda, Murilo Portugal, o chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, e a assessora presidencial Clara Ant.

Planetas distintos
A equipe de comunicação do Palácio do Planalto teve participação zero na entrevista coletiva de Palocci, considerada bem-sucedida até por personagens que defendem a saída do ministro.

Infecção generalizada
A entrevista de Palocci conteve a escalada da febre iniciada na sexta-feira. Mas Rogério Buratti é hoje, na definição de um governista, "um vagão desgovernado". E não é o único.

Castelo de cartas
Depois do tiro que atingiu Palocci, um membro da CPI dos Correios resolveu transformar antiga canção de Ivan Lins em hino do governo Lula: "Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros, cai o rei de paus, cai, não fica nada".

Porta da rua
Do deputado Campos Machado, líder do PTB-SP, sobre o ministro Mares Guia (Turismo), que já comunicou a Roberto Jefferson sua intenção de ficar com Lula, caso tenha de escolher entre o governo e a sigla: "Se disse isso, o melhor a fazer é deixar imediatamente o partido".

Front desprotegido 1
Além de atingir Palocci, a entrada em cena de Rogério Buratti vai turbinar a CPI que o governo menos controla: a dos Bingos. Lá, à diferença do que ocorre nas comissões dos Correios e do Mensalão, nenhum requerimento da oposição é rejeitado.

Front desprotegido 2
A convocação de Palocci à CPI dos Bingos, para tratar do caso GTech-Buratti-Waldomiro, só não vingou até hoje por ação direta (embora discreta) da oposição. Os governistas não moveram palha para evitá-la.

Comeu bola
A CPI dos Correios ainda não emitiu ofício para que o Banrisul apresente informações sobre as remessas para o Uruguai feitas por meio do banco pela empresa Guaranhuns, uma das receptoras de dinheiro vindo das empresas de Marcos Valério.

Passo de tartaruga
Já os sigilos da corretora Bônus-Banval foram quebrados, mas as informações ainda não chegaram à CPI. Nesta semana, os parlamentares devem oficiar os bancos para pedir urgência na remessa de documentos.

Tempo de antena
Presidentes das três CPIs disputam, além de assuntos e depoentes, o direito de ter as sessões transmitidas ao vivo. Na semana passada, Efraim Moraes (PFL-PB) reclamou com a direção da TV Senado: "sua" comissão raramente vai ao ar.

Por último
O requerimento para rastrear as operações da off-shore Dusseldorf, do publicitário Duda Mendonça, continua no fim da fila da CPI dos Correios.

Auxílio externo
Cesar Borges (PFL-BA) apresentará proposição para que a Interpol seja acionada a ajudar na busca de informações sobre a movimentação de Duda. "Sem isso, não teremos meio de investigar nada", diz o senador.

TIROTEIO

Do líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), sobre o freio da oposição no que diz respeito ao ministro da Fazenda:
-Convocar Palocci à CPI dos Bingos neste momento equivale a pedir impeachment-já. O governo viraria um morto-vivo.

CONTRAPONTO

Rumo à Olimpíada

Durante o lançamento da Política Nacional do Esporte, sexta-feira passada no clube Pinheiros, em São Paulo, o presidente Lula deixou a crise do governo de lado e dedicou seu discurso apenas ao tema do evento.
Segundo ele, o projeto não tem como alvo somente o atleta de alto rendimento. Quer atingir também o cidadão comum, que pratica esporte para manter a forma ou para aliviar o estresse e a tensão do dia-a-dia.
Nesse ponto do discurso, o presidente decidiu exemplificar:
-A pessoa acorda cansada, às 6h, e vai para a esteira dar uma caminhada reclamando de tudo, de mau humor. Depois de 20 minutos, está se sentindo bem, mais alegre. É o que acontece comigo todos os dias.
Um atleta presente disparou:
-Do jeito que a coisa vai, o presidente terá de andar 20.000 km, e não apenas 20 minutos, se quiser manter o bom humor!


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