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Ex-assessor é poupado em entrevista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Autor da denúncia que
ameaça o cargo do ministro da
Fazenda, Rogério Buratti não
mereceu ataques do antigo
chefe. Antonio Palocci Filho
atribuiu a atitude de seu ex-assessor, que tratou pelo primeiro nome em alguns momentos,
à pressão do Ministério Público
pela delação premiada.
"Não esperava por isso, que o
Rogério Buratti fizesse uma
coisa dessas. Agora, eu compreendo a situação em que ele
foi colocado. Os motivos que o
levaram a falar isso eu não conheço", disse Palocci.
Como na nota oficial divulgada na última sexta, as críticas
do ministro foram centradas
nos promotores: "Em condições de completo constrangimento, se oferece à pessoa o
dispositivo da delação premiada, promotores divulgam as
declarações antes que elas se
concluam e divulgam uma fita
do depoimento".
Palocci disse não ser mais
amigo -nem inimigo- de
Buratti, que deixou, a pedido, o
cargo de secretário de Governo
de Ribeirão Preto, em 1994,
após a divulgação, pela Folha,
de uma fita em que discutia
propina com um empreiteiro.
Por essa razão, não se sentiria
"traído" pelo ex-assessor.
Embora tenha declarado estar afastado de Buratti desde o
episódio, Palocci relatou que
suas mulheres e seus filhos
mantêm relações de amizade.
Disse que, nos últimos anos, esteve na casa do ex-assessor por
duas ou três vezes, assim como
também o recebeu em algumas
ocasiões.
O último contato teria sido
em 2003. O ministro admitiu
que pode ter falado com Buratti por telefone naquele ano,
apesar de não se lembrar da
conversa.
A quebra do sigilo telefônico
do ex-assessor revelou três telefonemas para a casa de Palocci.
Há dez dias, nota da Fazenda
disse que "foram provavelmente tentativas de contatos
que não prosperaram". Já Buratti afirmou ter tratado com o
ministro de assuntos de "caráter pessoal".
"Posso ter me esquecido de
um telefone ou outro. Agora,
eu digo, eu me encontrei com o
Rogério algumas vezes, em encontros de caráter pessoal, ou
em eventos políticos ou empresariais da cidade de Ribeirão
Preto, mas jamais mantive relações profissionais ou relações
de qualquer ambiente de negócios com o Rogério Buratti",
disse Palocci.
Palocci também cuidou de
responder a uma reportagem
do jornal "O Estado de São
Paulo" que listou nove ex-auxiliares seus na Prefeitura de Ribeirão Preto hoje alojados em
cargos no governo federal,
além de sua mulher, Margareth, empregada na Fundação
Nacional de Saúde.
O ministro disse que montou
sua equipe com critérios técnicos, e os poucos auxiliares "de
confiança" trazidos da prefeitura não estão ligados a decisões de política econômica. Entre eles está seu chefe-de-gabinete, Juscelino Dourado, de
quem Buratti é amigo e padrinho de casamento.
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