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CPI dos Bingos espera que Buratti comprove acusações de propina
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI dos Bingos espera que o
advogado Rogério Tadeu Buratti
apresente provas, em novo depoimento na próxima quarta-feira,
do suposto pagamento de propina pela empreiteira Leão Leão ao
então prefeito de Ribeirão Preto
Antonio Palocci Filho, em sua segunda gestão na cidade (2001-2002). Por ora está descartada a
convocação do ministro da Fazenda pela comissão.
Ex-secretário de Governo de Palocci e ex-vice-presidente da Leão
Leão, Buratti disse ao Ministério
Público Estadual, na sexta-feira,
que a empresa pagava R$ 50 mil
por mês ao prefeito petista. O dinheiro seria repassado, segundo
ele, para o PT nacional, diretamente para as mãos de Delúbio
Soares, então tesoureiro da sigla.
A Leão Leão tinha um contrato de
coleta de lixo em Ribeirão.
O governo sabe que o futuro de
Palocci depende, entre outros fatores, do novo depoimento de Buratti à CPI. Se ele não apresentar
provas ou não der detalhes que
convençam os parlamentares, o
ministro ganha sobrevida.
Por enquanto, os integrantes da
comissão se contentaram com as
explicações dadas por Palocci ontem em uma entrevista coletiva
convocada por ele, em Brasília, o
que dispensaria sua convocação
neste momento.
"Ele prestou esclarecimentos e
mostrou-se seguro. Por ora está
fora de cogitação que ele seja convocado. Isso vai depender do depoimento do Buratti", disse o relator, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN).
Segundo o presidente da comissão, senador Efraim Morais (PFL-PI), já foram requisitados ao Ministério Público, à Polícia Federal
e à Polícia Civil todos os inquéritos sobre o ex-assessor de Palocci
e documentos relacionados às investigações.
Um arquivo de computador
apreendido na Leão Leão, no ano
passado, pela Polícia Civil e pelo
Ministério Público Estadual, faz
referência ao pagamento de
"mensalidades" entre R$ 3.000 e
R$ 50 mil a cinco cidades paulistas
(Ribeirão Preto, Araraquara, Sertãozinho, Matão e Monte Alto).
A CPI solicitou ao Banco Central informações sobre saques feitos das contas da Leão Leão nas
agências do Banespa e do Bradesco em Ribeirão. De acordo com
Rogério Buratti, o dinheiro da
propina era retirado no caixa desses bancos e seriam emitidas notas fiscais frias para justificar os
pagamentos.
Quem recebia o dinheiro, segundo o ex-secretário de Palocci,
era o então secretário da Fazenda
Ralf Barquete, a pedido do próprio Palocci. Barquete morreu em
junho de 2004 e havia sido levado
para a Caixa Econômica Federal,
em 2003, pelo ministro.
Buratti deve ser pressionado pelos parlamentares, que estão irritados com o fato de ele ter mentido à CPI em depoimento no último dia 9. O advogado disse que
não tinha mais relações com Palocci e não colaborou com as investigações.
A quebra de sigilo telefônico de
Buratti mostrou que ele telefonava para a casa do ministro e recebia ligações do chefe-de-gabinete
do Ministério da Fazenda, Juscelino Antônio Dourado.
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