São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Plano B

Com todo o cuidado para não melindrar Aloizio Mercadante, a direção nacional do PT discute alternativa para fortalecer a campanha de Lula em São Paulo: Orestes Quércia. Os dirigentes alegam que o Estado, maior colégio eleitoral do país, é um dos poucos em que o presidente tem apenas um candidato, hoje muito distante do líder, José Serra (PSDB).
O partido espera crescimento de Mercadante, até porque o senador ainda está abaixo da votação histórica do PT em São Paulo, mas entende que, se isso não ocorrer, Lula poderia ganhar votos no interior em parceria "branca" com Quércia. Fala-se até em comitês suprapartidários, como ocorreu em 2002, com material de campanha compartilhado.

Quem? A entrada do ministro da Justiça no horário eleitoral de Mercadante foi vista com ceticismo por um dirigente do PT: "A dona Maria, do Jardim Robru, não tem a menor idéia de quem seja o Márcio Thomaz Bastos".

Partilha. No mesmo dia em que Lúcio Alcântara (PSDB-CE) usou Lula em seu programa de TV, o atual desafeto Tasso Jeireissati deixou de apresentar os candidatos tucanos a deputado no Estado.

Vacina. O que pautou a guinada do governador foi o medo de que Cid Gomes (PSB) avançasse sobre o eleitorado da região de Fortaleza -onde o tucano leva vantagem até agora-, por conta da associação com o presidente.

Dianteira. A primeira semana de TV dilatou a vantagem de Lula em Alagoas. O petista passou de 46,2% no fim de junho para 51,7% em pesquisa Sensus para "O Jornal". Heloísa Helena (PSOL) tem 20,8% e Alckmin, 13,2%. Na disputa local, João Lyra (PTB) tem 46%.

Elle vem aí. Em Alagoas, a aposta é que Fernando Collor lançará sua candidatura ao Senado no dia 28, mesmo número do PRTB. O ex-presidente já ocupa os segundos do horário do partido na TV.

Corada. Louca para aparecer ao lado de Alckmin, a neotucana Dra. Havanir (SP) preocupa os correligionários por se apresentar invariavelmente vestida de vermelho, cor (ainda) associada ao PT.

Em casa. O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto (PMDB-MA), deve designar um relator do PT para o processo de Ney Suassuna (PMDB-PB) no escândalo sanguessuga. O PMDB relataria o caso de Magno Malta (PL-ES).

Subtexto. O embate entre Fernando Gabeira (PV-RJ) e o Ministério da Ciência e Tecnologia a propósito do programa de inclusão digital é alimentado por uma outra disputa, entre o presidente da Finep, Odilon Marcuzzo, e o dirigente do conselho de funcionários dessa empresa pública, Luiz Carlos Brant.

Unânime. Marcuzzo e Brant discordam sobre quase tudo, mas isentam o ex-ministro Roberto Amaral de participar de irregularidades no programa de inclusão digital.

Lixo 1. A Prefeitura de SP recebe hoje propostas da licitação de varrição de ruas, um contrato de cerca de R$ 30 mi/ mês. O edital eleva de 20% para 30% a exigência de atestado de serviço por lote das empreiteiras, o que limita o número de concorrentes.

Lixo 2. Publicação no "D.O." em novembro de 2005 chegou a defender os 20%, pois ele não excluiria empresas. O MP pressiona a prefeitura a colocar fim ao chamado "cartel do lixo". A gestão Kassab alega que o índice atende a exigências do TCM.

Visita à Folha. Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Sérgio Guerra, senador pelo PSDB de Pernambuco e coordenador da campanha.

Tiroteio

O empenho do presidente do PT em reabilitar os mensaleiros mostra que a recriminação de Lula foi só para consumo externo. Na verdade, continuam todos sendo bons companheiros.


Do líder do PFL na Câmara, RODRIGO MAIA (RJ), sobre Ricardo Berzoini, segundo quem a eventual vitória de Lula em outubro será dedicada aos correligionários "acusados injustamente".

Contraponto

Aula de step

Na quarta-feira passada, ministros aguardavam Lula no lobby de um hotel em Brasília para encontro com educadores. Assim que o presidente chegou, todos o seguiram e entraram no mesmo elevador. Estavam lá Tarso Genro, Luiz Dulci e Fernando Haddad, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia, além de seguranças.
Por excesso de peso, o elevador travou. E, mesmo com a porta abrindo e fechando sem parar, ninguém se dispunha a sair. Até que o chefe da segurança olhou para Garcia. O rechonchudo assessor saiu então do elevador, sem esconder o desgosto por ter de enfrentar a escada.


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