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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Alckmin diz que vai usar Forças Armadas no combate ao crime
Presidenciável tucano promete valorizar militares e elogia os índices de crescimento da economia durante a ditadura
Candidato ironiza aparição de presidente em programa de correligionário que disputa o governo do Ceará: "É ótimo que Lula o apóie"
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Após ter elogiado ontem os
índices de crescimento do PIB
(Produto Interno Bruto) durante a ditadura militar (1964-1985), o presidenciável tucano,
Geraldo Alckmin, prometeu
valorizar e recuperar as Forças
Armadas para utilizá-las no
combate ao crime organizado.
"Quando fui prefeito, na década de 70, o Brasil crescia 10%
ao ano, teve um ano que cresceu até 11%", disse Alckmin a
comerciantes no Brás, zona leste de São Paulo, e criticar o desempenho do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
na economia e na segurança.
O candidato anunciou que se
encontrará hoje, no Rio, com
representantes das Forças Armadas para discutir um plano
de defesa nacional, de "valorização" dos militares e de combate à violência urbana.
Entre 1977 e 1982, então no
MDB, partido de oposição aos
militares, Alckmin foi prefeito
de Pindamonhangaba (SP). Os
índices de crescimento citados
por ele são da primeira metade
dos anos 70, período conhecido
como "milagre econômico".
"Eu acho que o Brasil tem
que crescer de 5% ou 6% para
cima", afirmou o tucano. Ele,
no entanto, evitou fixar uma
meta para seu programa.
No mesmo discurso, disse
que vai dar "uma endurecida
com esse pessoal do crime organizado". Um dos anfitriões
do tucano no evento eleitoral
era o deputado estadual Conte
Lopes (PTB), policial militar e
candidato à reeleição que integra na Assembléia paulista o
grupo linha-dura conhecido
como "bancada da bala".
Questionado sobre o encontro no Rio, disse: "Nós vamos
recuperar as Forças Armadas e
fazer um trabalho com elas.
Fronteira seca terá o Exército,
a costa brasileira terá a Marinha, o espaço aéreo terá a Aeronáutica, além do trabalho de inteligência da Polícia Federal".
Alckmin, no entanto, foi contra o envio de tropas do Exército a São Paulo por conta das ondas de violência promovidas recentemente pelo crime organizado. O setor é um dos pontos
vulneráveis de sua campanha.
Prêmio
À noite, Alckmin entregou o
prêmio Personalidade Paulista
Viva de Cidadania ao banqueiro Olavo Setubal, presidente do
conselho de administração da
Itaúsa, holding que controla o
banco Itaú. Homenageado do
ano passado pela Associação
Paulista Viva, Alckmin levou
um dos arrecadadores da sua
campanha, Marcos Monteiro,
ao evento, que reuniu empresários e políticos.
Alckmin encerrou seu discurso com uma brincadeira:
"Se prepare, doutor Olavo, para
2010: quem recebe o prêmio
Paulista Viva acaba sendo candidato à Presidência da República". Olavo tem 83 anos.
Na chegada, o tucano não
exibiu o mesmo bom humor
quando questionado sobre a
aparição do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no programa do governador Lúcio Alcântara (PSDB), candidato à reeleição no Ceará. Ele disse que era
"óbvio" que Alcântara o apóia.
"É ótimo que Lula o apóie, maravilha, ele é o melhor candidato no Ceará", disse ele, irônico.
"Não queiram forçar uma coisa
que não existe." Ele lembrou
que sua mulher está no Ceará
fazendo campanha com a primeira-dama no Estado.
Colaborou CATIA SEABRA , da
Reportagem Local
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