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Coordenador do MST é preso em Pernambuco
Jaime Amorim foi levado após ir ao velório de sem-terra assassinado no domingo
O dirigente é suspeito na depredação do consulado dos EUA em Recife em 2005; para ele, prisão é arbitrária e representa uma "repressão"
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ITAQUITINGA
(PE)
O coordenador nacional do
Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra Jaime Amorim foi preso em Itaquitinga (a
84 km de Recife) após acompanhar o enterro do corpo de um
dos dois dirigentes sem-terra
mortos no domingo em um
acampamento controlado pelo
movimento em Moreno (PE).
A prisão foi decretada pelo
juiz da 5ª Vara Criminal de Recife, Joaquim Pereira Lafayete
Neto. Segundo ele, se permanecer em liberdade, Amorim "poderá colocar em risco a paz e a
segurança de cidadãos de bem".
A ordem, assinada em 4 de
julho, não tem ligação com a
morte dos sem-terra. A base é o
processo que apura a depredação do consulado dos EUA em
Recife, em 5 de novembro de
2005. Na ação, ele é acusado de
incitação ao crime, desobediência, agressão a um policial
militar e dano qualificado.
O juiz levou ainda em consideração os antecedentes criminais do dirigente do MST e a
possível dificuldade em localizá-lo na eventualidade de condenação, pelo fato de Amorim
"não ter endereço fixo".
Amorim passou por exames
no IML e foi levado ao Cotel
(Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna),
em Abreu e Lima (30 km de Recife). Ele disse que a prisão foi
"arbitrária" e que estava sendo
vítima de "repressão". Advogados do MST e de entidades ligadas aos direitos humanos tentavam obter um habeas corpus.
Até o fechamento desta edição,
o líder continuava preso.
Ele passou a manhã no velório de Josias de Barros Ferreira, 28. Foi preso à tarde, quando viajava a Vitória de Santo
Antão para o enterro de Samuel
Matias Barbosa, 33. Ferreira e
Barbosa foram mortos domingo, num acampamento às margens da BR-232.
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