São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Próximo Texto | Índice

Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Último recurso

Informações que circulam no governo e entre as empresas em litígio a propósito da construção da usina de Jirau indicam que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) deverá dar sinal verde à proposta de alteração do eixo da barragem feita pelo consórcio vencedor, liderado pela franco-belga Suez. A idéia é combatida pela Odebrecht, líder do consórcio que venceu o leilão de Santo Antônio (a outra usina no rio Madeira) e depois perdeu o de Jirau. O Ibama se inclina hoje para veredicto semelhante ao da Aneel.
Ciente do provável desfecho da pendência nessas duas instâncias, Emílio Odebrecht terá um encontro com Lula hoje no Palácio do Planalto. Com Dilma Rousseff, avalia a empresa, não adianta mais insistir.

$eca. É grande a preocupação de dirigentes do PSDB com o até agora baixo fluxo de caixa da campanha de Geraldo Alckmin à prefeitura.

Decibéis. Paulo Maluf (PP) contratou uma banda para acompanhá-lo nas ruas. Quando um repórter perguntou se a música ajudava a abafar eventuais protestos, o candidato reagiu com veemência: "Não senhor, a banda veio aqui para tocar tambor".

Encolheu 1. Mal estreou o horário eleitoral, a campanha de Antonio Imbassahy (PSDB), segundo colocado em Salvador, passou o facão na equipe que faz os programas. A produtora Malagueta, do filho de Duda Mendonça, cortou cerca de 30 profissionais.

Encolheu 2. A coordenação da campanha admite que houve "redimensionamento" dos gastos para se adequar à arrecadação até aqui, mas diz que a qualidade será mantida.

Pré-fabricado. O PT de Fortaleza, outro cliente de Duda, está de cabelo em pé com a campanha que o ex-marqueteiro de Lula prescreveu para a candidata do partido. Assim como em outras praças, ele apelou ao velho "Luizianne fez". O PT acha que deveriam ser enfatizadas as ações sociais da gestão.

Não pode. A Justiça Eleitoral proibiu João da Costa (PT), apoiado em Recife pelo prefeito e correligionário João Paulo, de usar o mesmo slogan da gestão ("A grande obra é cuidar das pessoas").


Assim sim. A complexa súmula do STF, que proíbe o "nepotismo cruzado", mas não fala de troca de favores entre Poderes, abre brechas para situações como a do secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, filho do senador Romeu Tuma (PTB).

Assim não. Já a mulher do ministro Fernando Haddad (Educação), que ocupa cargo de confiança no Ministério da Saúde, teria de deixar o posto, já que as duas pastas entrariam na definição de nepotismo cruzado da súmula, segundo a interpretação corrente ontem no Congresso.

Audácia! Do senador Mão Santa (PMDB-PI), que emprega a mulher no gabinete, desancando a decisão do STF: "Cargo de confiança não é emprego. Estamos aqui para ensinar os outros Poderes, não para nos agacharmos".

Trilhos. A bancada do PT na Assembléia recebeu nova leva de contratos da CPTM, no valor de R$ 1,5 bi, firmados entre a Alstom e o governo paulista de 1995 a 2008. Cerca de R$ 549 mi teriam irregularidades graves, segundo o TCE.

Visitas à Folha. Marta Suplicy, ex-prefeita e candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebida em almoço. Estava acompanhada de Aldo Rebelo (PC do B), deputado federal e vice da chapa, Carlos Zarattini, deputado federal e coordenador-geral da campanha, Valdemir Garreta, coordenador, Rui Falcão, deputado estadual, e Mário Moysés, assessor de imprensa.

João Grandino Rodas, diretor da Faculdade de Direito da USP, visitou ontem a Folha.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Quando me perguntam na rua se sou Alckmin ou Kassab, digo que estou solteiro e fazendo campanha contra a "Martaxa". Não fomos nós vereadores que criamos esta situação."
De GILBERTO NATALINI (PSDB), candidato a novo mandato na Câmara paulistana, sobre a saia-justa na bancada tucana diante das candidaturas simultâneas do prefeito e do ex-governador.

Contraponto

Pendura

Em recente homenagem do Tribunal de Justiça de São Paulo a Paulo Skaf, as conversas paralelas giravam em torno do plano do presidente da Fiesp de disputar o governo estadual em 2010, se possível pelo PSDB. Em seu discurso, o tucano Vaz de Lima, presidente da Assembléia, resolveu brincar com o assunto:
-Saibam que eu fui um dos financiadores da campanha do Paulo Skaf à presidência da Fiesp!
Diante do espanto geral, o próprio Skaf explicou:
-Estávamos em São José do Rio Preto. Fomos a uma lanchonete e atacamos de refrigerante, bolacha, torta e doce. Corremos para pegar o avião e esquecemos de pagar. Tempos depois, a dona cobrou do Vaz...


Próximo Texto: STF proíbe contratação de parentes até terceiro grau
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.