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Para Tarso, ações do STF são sem "precedentes"
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Segundo o ministro da Justiça, Tarso Genro, a edição de súmulas vinculantes pelo Supremo Tribunal Federal é fato "um
pouco sem precedentes aqui no
país". Para o ministro, a situação se deve a "vácuos de legalidade", que ainda devem ser
preenchidos na legislação brasileira.
Ao comentar mais uma súmula, a que limitou o nepotismo nos três Poderes, editada
uma semana depois de o tribunal restringir, usando o mesmo
instrumento, o uso de algemas,
Tarso afirmou que o tema "pode e deve" ser normatizado
também pelo Legislativo.
"Se o Supremo avança para o
terreno da normatização, eu diria que um pouco sem precedentes aqui no país, isso significa que há vácuos de legalidade
que têm de ser preenchidos. E o
Supremo está fazendo isso",
disse. "Se o STF está dizendo
que esse é o seu papel, compete
ao Ministério da Justiça respeitá-lo, acatá-lo e prestigiá-lo."
O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa,
criticou no início da semana a
edição, pelo tribunal, da súmula que limitou o uso de algema e
também empregou a palavra
"precedente" ao falar que os
ministros do STF restringiram
o uso de um instrumento usado
pela polícia de todo o mundo
-por isso a decisão foi sem
"precedente".
Tarso evitou comentar o mérito da súmula que proíbe a
prática do nepotismo. O ministro acredita que seja do "Legislativo" a responsabilidade de
manifestar a opinião. Ele afirmou, ainda, que a determinação do Executivo é sempre pelo
"cumprimento irrestrito das
decisões vinculativas" do Supremo Tribunal Federal.
Ainda de acordo com o ministro, a edição da 13ª súmula
vinculante "certamente vai
causar um debate saudável".
Em decisão unânime, anteontem, o STF decidiu proibir
a contratação de parentes nas
três esferas do Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário)
com exceção para cargos como
ministros de Estados e secretários dos governos estaduais e
municipais. A decisão, inclusive, deverá ser seguida por quem
nomeou parentes antes do julgamento.
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