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memória
Câmara congelou votação de projeto contra nepotismo
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Desde 1999, a Câmara adia
a discussão sobre o fim do
nepotismo. Projeto que impede a contratação de parente até terceiro grau em todos
os Poderes chegou a ser
aprovado pelo plenário do
Senado e analisado em duas
comissões da Câmara, mas
parou de tramitar quando
estava prestes a virar lei.
Para que o texto, de autoria do ex-deputado Roberto
Freire (PPS-PE), seja analisado pelo plenário e a votação seja concluída em definitivo falta apenas a votação de
um recurso.
Apresentado em 1997 e votado no mesmo ano pelo Senado, o projeto logo seguiu
para a Câmara e foi aprovado
pela Comissão de Trabalho,
mas, na Comissão de Constituição e Justiça, recebeu parecer de inconstitucionalidade. O relator, o ex-deputado
Aloysio Nunes Ferreira
(PSDB), atual chefe da Casa
Civil do governo de São Paulo, considerou que o tema
não poderia ser tratado em
projeto de lei.
Dez deputados se manifestaram contra o relatório, mas
não impediram que ele fosse
aprovado. Como o projeto
era terminativo, para não ser
arquivado, foi apresentado
recurso para que houvesse
votação no plenário da Casa
-o que não ocorreu até hoje.
Freire lembrou que não foi
fácil aprovar o texto no plenário do Senado. "Passou por
apenas dois votos", contou.
Ele acredita que a decisão do
Supremo, que interpretou a
Constituição e definiu que o
nepotismo é proibido, derruba o argumento contra o projeto. "Se o Supremo pode interpretar que não pode contratar parente, imagine se o
Congresso não pode apresentar um projeto de lei?"
O tucano disse não se arrepender do seu parecer e ressaltou que sua decisão não
teve relação com o mérito do
projeto. Para ele, uma emenda constitucional resolveria
a questão.
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