São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2004 |
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PAINEL Esforço publicitário As partes se empenham em vender a idéia, mais inofensiva, de que houve acordo entre PT e PTB. Os agentes, no entanto, foram o governo e a sigla de Roberto Jefferson. O partido de Lula entrou para fechar a equação. Daqui eu não saio Para desgosto dos adversários internos, os petebistas rebeldes de Pernambuco, parcialmente responsáveis pelo vazamento dos termos do acordo com o governo, estão inclinados a permanecer no partido. A possível exceção é Roberto Magalhães. Abastecimento A encrenca com os deputados do PTB, que saíram atirando diante da ausência de combinada ajuda financeira, deverá dar força à pressão do PT para recuperar o controle sobre a liberação de emendas, hoje sob o guarda-chuva de Aldo Rebelo. Barbas de molho A revelação dos termos do acordo com o governo ameaça o plano expansionista do PTB. A má repercussão pode inibir governadores que flertavam com o partido. E o Planalto pode eleger outra sigla-satélite para inflar. Dia primeiro A mãe de todas as reuniões do acordo entre governo e PTB ocorreu em 6 de junho passado, um domingo, em Brasília. Estavam presentes José Dirceu, José Genoino e os petebistas Walfrido Mares Guia, ministro do Turismo, e Roberto Jefferson. Papo cabeça No encontro do dia 6 não se tratou de dinheiro, apenas de política. A remuneração aos deputados federais do PTB, num total de cerca de R$ 10 mi, teria sido definida posteriormente. O cérebro Tanto ou mais do que Jefferson, foi Mares Guia, o empresário-ministro que ambiciona ser vice de Lula em 2006, o arquiteto do acerto PTB-governo. Sua influência sobre a bancada, até recentemente nula, cresceu depois que ele conseguiu liberar emendas de deputados petebistas. Todas as horas No meio do tiroteio, Roberto Jefferson obteve apoio de quem menos esperava: Campos Machado, líder do PTB em São Paulo, atropelado pela decisão nacional de apoiar Marta Suplicy. Na linha de tiro No calor do debate sobre sua participação na campanha eleitoral, Lula tem visita programada ao Rio no sábado. A convite da Firjan, participará de evento de programa de alfabetização. Não se sabe se Jorge Bittar, candidato petista já abandonado pelo Planalto, dará o ar da graça. Cintura de vespa Ontem, durante um café da manhã de campanha, Rui Falcão comeu apenas e tão somente abacaxi. Vereadores petistas brincaram: é fruta que não tem faltado para o candidato a vice de Marta Suplicy descascar na campanha paulistana. Barriga cheia Reuniram-se há poucos dias, em café da manhã num estrelado hotel paulistano, o vice-governador Cláudio Lembo (PFL) e o deputado Enéas Carneiro. Quem viu relata: o líder-maior do Prona saiu da refeição mais alegre do que entrou. Repercussão zero Lançada por Lula na ONU, a iniciativa do "Fome Zero mundial" não ganhou nenhum destaque nos principais jornais norte-americanos ontem. O britânico "Financial Times" também ignorou o assunto. Conversa paralela O representante do Brasil nas Nações Unidas, Ronaldo Sardenberg, e o chanceler Celso Amorim trocaram comentários e olhares de reprovação durante todo o discurso do presidente norte-americano, George W. Bush, ontem na ONU. TIROTEIO De Ideli Salvatti, líder do PT no Senado, sobre a defesa feita por Fernando Henrique Cardoso de uma CPI para apurar o acordo entre governo e PTB: -Fico admirada em ver um ex-presidente defender uma CPI para investigar algo que não tem prova, testemunha ou substância. É pura especulação. CONTRAPONTO Merenda do futuro
Há poucos dias, quando participava de uma reunião no Ministério do Desenvolvimento
Social, Roberto Rodrigues
(Agricultura) sacou do bolso
uma embalagem muito semelhante à de um preservativo e
mostrou-a aos colegas. |
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