São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 2006

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Presidente do TSE afirma que compra de dossiê é mais grave que Watergate

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Marco Aurélio de Mello, reafirmou ontem que considera o conjunto de escândalos políticos dos últimos anos mais grave do que o Watergate, episódio que provocou a renúncia do presidente dos Estados Unidos Richard Nixon, em 1974.
O ministro evitou entrar em polêmica com Marco Aurélio Garcia, o novo coordenador da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o criticara por ele ter feito essa afirmação em entrevista ao "Jornal do Brasil" divulgada ontem.
Para ele, Garcia apenas agiu em defesa de Lula. "Ele hoje está capitaneando uma campanha. Portanto é natural que ele defenda o candidato", afirmou o presidente do TSE.
Garcia, que ontem tirou férias do cargo de assessor especial de Lula, irritou-se com Marco Aurélio. Para ele, a declaração do ministro ao "Jornal do Brasil", de que o atual escândalo é pior que o Watergate, teve "tom muito impressionista, exagerado, para não dizer com conotação partidária".
"Estou dizendo que não me parece que caiba a qualquer Poder da República, menos ainda ao Poder Judiciário, fazer avaliação de caráter qualitativo como essa." Depois, contemporizou: "Não estou censurando meu xará, não".
O novo coordenador da campanha de Lula admitiu que pode ter havido pagamento para a compra de um dossiê contra candidatos tucanos.
"A Polícia Federal está atuando com a mais absoluta isenção e vai esclarecer de onde veio o dinheiro para essa operação. Seria importante que esclarecesse não só a tentativa de compra do dossiê, mas se ela existiu, como existiu, que dinheiro envolveu e também o conteúdo do dossiê."
(SILVANA DE FREITAS E FÁBIO ZANINI)


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