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Presidente do TSE afirma que compra de dossiê é mais grave que Watergate
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Marco Aurélio de Mello,
reafirmou ontem que considera o conjunto de escândalos políticos dos últimos anos mais
grave do que o Watergate, episódio que provocou a renúncia
do presidente dos Estados Unidos Richard Nixon, em 1974.
O ministro evitou entrar em
polêmica com Marco Aurélio
Garcia, o novo coordenador da
campanha do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, que o criticara por ele ter feito essa afirmação em entrevista ao "Jornal
do Brasil" divulgada ontem.
Para ele, Garcia apenas agiu
em defesa de Lula. "Ele hoje está capitaneando uma campanha. Portanto é natural que ele
defenda o candidato", afirmou
o presidente do TSE.
Garcia, que ontem tirou férias do cargo de assessor especial de Lula, irritou-se com
Marco Aurélio. Para ele, a declaração do ministro ao "Jornal
do Brasil", de que o atual escândalo é pior que o Watergate, teve "tom muito impressionista,
exagerado, para não dizer com
conotação partidária".
"Estou dizendo que não me
parece que caiba a qualquer Poder da República, menos ainda
ao Poder Judiciário, fazer avaliação de caráter qualitativo como essa." Depois, contemporizou: "Não estou censurando
meu xará, não".
O novo coordenador da campanha de Lula admitiu que pode ter havido pagamento para a
compra de um dossiê contra
candidatos tucanos.
"A Polícia Federal está
atuando com a mais absoluta
isenção e vai esclarecer de onde
veio o dinheiro para essa operação. Seria importante que esclarecesse não só a tentativa de
compra do dossiê, mas se ela
existiu, como existiu, que dinheiro envolveu e também o
conteúdo do dossiê."
(SILVANA DE FREITAS E FÁBIO ZANINI)
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