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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
É mais prático afastar Lula, diz Alckmin
Presidenciável tucano diz que não defende o impeachment, mas o afastamento "pelo voto, para isso que tem eleição"
Segundo ex-governador, a credibilidade de Lula está em processo de corrosão; "Não é possível nunca saber de nada, nunca ver nada"
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin, afirmou ontem, quando questionado sobre a série de demissões
no PT e no governo provocadas
pelas crises políticas, que é
"mais prático afastar o Lula".
"Cinco ministros afastados,
indiciados, denunciados, a direção do PT envolvida em escândalos, agora um novo. Eu
acho que tem que afastar o Lula, é mais prático, porque não é
possível. Sete envolvidos são ligados ao Lula, você pega desde
o churrasqueiro, passando pelo
assessor direto do presidente, o
Freud, aliás, se você for assistir
o filme "Entreatos", você vai ver
a turma do Lula, ele aparece no
primeiro minuto."
Freud Godoy, envolvido no
atual escândalo da compra do
dossiê, deixou o cargo de assessor presidencial na segunda.
No documentário de João Moreira Salles, ele aparece conversando com o então candidato
do PT a presidente.
Em seguida, questionado se
estava defendendo uma medida jurídica, Alckmin completou: "Não, não, pelo voto, para
isso tem eleição. [Para] Impeachment já houve oportunidade no ano passado e não foi
feito porque no modelo presidencialista é traumático, um
modelo engessado".
Corrosão
Para Alckmin, o eleitor saberá julgar os candidatos caso tenha informações claras sobre o
escândalo. "A credibilidade do
presidente está em processo de
corrosão. Não é possível você
nunca saber de nada, nunca ver
nada, muito ruim isso."
As declarações foram feitas
após o tucano ter assinado um
compromisso de "Presidente
Amigo da Criança", da Fundação Abrinq, no qual se compromete a melhorar a qualidade de
vida das crianças caso eleito.
Antes, após entrevista à rádio
CBN, o tucano chegara a insinuar que o PT atua como os ladrões de veículos. Mais, tarde
amenizou o tom:
"Não fiz nenhuma comparação de natureza pessoal, eu disse o seguinte: quando alguém
rouba um carro, a gente fala,
puxa, não precisava ter feito isso. Agora, fez porque achava
que não seria pego".
O candidato do PSDB ao Planalto defendeu uma investigação firme por parte das autoridades para que seja descoberta
a origem do dinheiro que estava em poder dos petistas presos
pela Polícia Federal na sexta-feira passada em São Paulo.
Imagem do dinheiro
"É claro que você tem como
descobrir [de onde veio o dinheiro]. Aliás, se tivessem mostrado [o dinheiro na TV], mostraram fotografias, uma bobagem, mas não mostraram o objeto do crime."
Correndo contra o tempo para chegar ao segundo turno, ele
pediu pressa às autoridades encarregadas da apuração. "Não
pode tudo ficar para depois da
eleição", disse o ex-governador.
O tucano rechaçou rumores
de que PSDB e PT trabalhariam
nos bastidores por um acordo
de não-agressão. "Nós não aceitamos chantagem. Não tem
acordo, acordo é só com o povo,
investiguem quem quiser."
Alckmin, no entanto, afirmou que não existem elementos que possam justificar uma
investigação do suposto conteúdo do dossiê apreendido
com os petistas.
O material trazia fotos de
Alckmin e José Serra com a família Vedoin, pivô do escândalo
das sanguessugas.
"Se o PT tivesse uma intenção séria, teria pego o tal do
dossiê e levado para o Ministério Público", disse.
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