São Paulo, sábado, 22 de setembro de 2007

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Valério pagou empréstimos em dinheiro vivo

RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas do publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza usaram cerca de R$ 5,6 milhões em espécie e sem origem identificada para quitar parcelas de empréstimos obtidos em bancos entre 1998 e 1999, segundo relatório da Polícia Federal sobre esquema do valerioduto mineiro.
O relatório, entregue em julho ao STF (Supremo Tribunal Federal) e que deve embasar denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, investigou caixa dois na campanha à reeleição do então governador de Minas e hoje senador pelo PSDB Eduardo Azeredo.
Segundo a polícia, pelo menos R$ 28,5 milhões obtidos pelas empresas de Marcos Valério em empréstimos nos bancos Rural, BCN e Cidade foram destinados ao pagamento de despesas na campanha de 1998.
De acordo com a investigação, uma empresa de Valério, a DNA Propaganda, liquidou créditos obtidos no Banco Cidade, no valor de R$ 5,6 milhões, com valores da conta da empresa no Banco Rural. Segundo os peritos, os cheques do Rural foram cobertos "com depósitos em espécie, sem identificação de origem, ocorridos no período de 19/11/ 1998 a 30/12/98, totalizando R$ 2,3 milhões".
Em nota enviada ontem à Folha, o Banco Rural afirmou: "Não existiram depósitos em espécie para pagamentos dos empréstimos e sim depósitos com cheques de clientes do próprio Rural, razão pela qual evidenciados como se fossem em espécie (o que é absolutamente legal)".
O Banco Rural também negou a existência de "operações simuladas de quitação dos débitos" e que "todas as suas operações financeiras cumpriram rigorosamente com as exigências do Banco Central".


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