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Valério pagou empréstimos em dinheiro vivo
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
As empresas do publicitário
mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza usaram cerca
de R$ 5,6 milhões em espécie e
sem origem identificada para
quitar parcelas de empréstimos obtidos em bancos entre
1998 e 1999, segundo relatório
da Polícia Federal sobre esquema do valerioduto mineiro.
O relatório, entregue em julho ao STF (Supremo Tribunal
Federal) e que deve embasar
denúncia do procurador-geral
da República, Antonio Fernando de Souza, investigou caixa
dois na campanha à reeleição
do então governador de Minas
e hoje senador pelo PSDB
Eduardo Azeredo.
Segundo a polícia, pelo menos R$ 28,5 milhões obtidos
pelas empresas de Marcos Valério em empréstimos nos bancos Rural, BCN e Cidade foram
destinados ao pagamento de
despesas na campanha de 1998.
De acordo com a investigação, uma empresa de Valério, a
DNA Propaganda, liquidou créditos obtidos no Banco Cidade,
no valor de R$ 5,6 milhões, com
valores da conta da empresa no
Banco Rural. Segundo os peritos, os cheques do Rural foram
cobertos "com depósitos em espécie, sem identificação de origem, ocorridos no período de
19/11/ 1998 a 30/12/98, totalizando R$ 2,3 milhões".
Em nota enviada ontem à
Folha, o Banco Rural afirmou:
"Não existiram depósitos em
espécie para pagamentos dos
empréstimos e sim depósitos
com cheques de clientes do
próprio Rural, razão pela qual
evidenciados como se fossem
em espécie (o que é absolutamente legal)".
O Banco Rural também negou a existência de "operações
simuladas de quitação dos débitos" e que "todas as suas operações financeiras cumpriram
rigorosamente com as exigências do Banco Central".
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