São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Gabinete eleitoral

Com a campanha para prefeito do Rio na rua desde julho, o senador Marcelo Crivella (PRB) gastou R$ 24,9 mil da chamada verba indenizatória mesmo permanecendo longe de seu gabinete em Brasília. Desse valor, R$ 17 mil foram usados para bancar despesas de gasolina, locomoção e alimentação. Patrícia Saboya (PDT), que concorre em Fortaleza, também fez uso da verba: R$ 20,2 mil. Almeida Lima (PMDB), que disputa em Aracaju, não informou os gastos do gabinete.
Na Câmara, 80 dos 89 deputados que concorrem a prefeito ou vice em outubro gastaram, juntos, R$ 1,6 milhão da verba com a mesma destinação, além de bancar pesquisas e consultorias.



Atalho. Integrantes da campanha de Marta Suplicy (PT) já procuraram a cúpula nacional do PMDB para tentar atrair o partido caso Gilberto Kassab (DEM), atual aliado, não vá ao segundo turno. Pretendem tentar o mesmo com o PTB se Geraldo Alckmin (PSDB) ficar pelo caminho, mas sabem que ali a missão é mais difícil.

É meu. Maria do Rosário (PT) colocou cinco ministros do partido em seu programa de TV na sexta-feira, além de estrear o slogan "É Lula com Maria, é Maria com Lula". Empatada no segundo lugar em Porto Alegre, Manuela D'Ávila (PC do B) contra-atacou usando imagem de Orlando Silva (Esporte) e do ex-ministro Aldo Rebelo.

Esteira. Além do naufrágio de Alessandro Molon no Rio, o PT passa apuro, na região metropolitana, em Nova Iguaçu, com Lindberg Farias, e em Niterói, com Rodrigo Neves. Em Duque de Caxias, Washington Reis (PMDB) leva um baile de Zito (PSDB).

Madonna. Custa US$ 400 o ingresso mais barato para a palestra de Lula hoje no Council of the Americas, centro de estudos em Nova York, abrindo uma semana de debates de líderes sul-americanos.

Desconto. O evento com o brasileiro é o mais caro. Ver Cristina Kirchner (Argentina) ou Álvaro Uribe (Colômbia) sai por US$ 250. Pechincha é a palestra de Fernando Lugo (Paraguai): US$ 150.

Superdosagem 1. Uma das vitrines de Gilberto Kassab (DEM), o "Remédio em Casa" teve os números turbinados na campanha. O programa não atinge 114 mil pacientes em São Paulo, mas 102.991, segundo dados da própria Secretaria de Saúde.

Superdosagem 2. O número de pacientes cadastrados (63.482 de janeiro a agosto) se estabilizou neste ano, com acréscimo de apenas 0,4% (o ritmo de ampliação fora de 21,5% em 2007). O maior volume de beneficiados está nas regiões norte e sul.

Outro lado. A Secretaria Municipal de Saúde afirma que, "com certeza", o programa vai ampliar o número de cadastros até dezembro com base na média mensal.

Marketing 1. Foi aditado em 25% o contrato da Secretaria de Comunicação da Presidência com as três agências que fazem a propaganda oficial do governo: Propeg, Matisse e 141 Brasil Comunicação. São mais R$ 37,5 milhões, elevando o total para R$ 187,5 milhões.

Marketing 2. Existem três novas campanhas previstas para receber a verba extra. A principal, de R$ 15 milhões, vai faturar a redução de mortes no trânsito com a chamada Lei Seca. Outra, de R$ 10 milhões, divulgará o ProJovem, e uma terceira, de R$ 6 milhões, estimulará o registro civil de crianças.

Resgate. O Palácio do Planalto planeja um grande evento para marcar os 20 anos da Constituição, em outubro. Na época deputado pelo PT, que não assinou a Carta, Lula deve fazer uma homenagem especial.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Lula percebeu o desgaste político de tirar o pré-sal da Petrobras e agora tenta consertar um pouco o estrago."

Do deputado federal JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA), sobre a proposta do governo de uso do FGTS para aumentar investimentos na estatal.

Contraponto

Ao mestre com carinho

Numa insolúvel queda-de-braço com Geraldo Alckmin pelo apoio de José Serra na eleição paulistana, Gilberto Kassab não economizou elogios ao governador durante a sabatina da Folha, realizada na quinta-feira passada.
-É o mais bem preparado para assumir a Presidência em 2010-, disse o prefeito e candidato do DEM.
As mais de 20 menções a Serra incluíram ainda "o melhor ministro da Saúde" e "um grande administrador".
Ao final da sabatina, quando perguntaram a Kassab quem era o seu ídolo, a platéia, recheada de secretários e assessores tucanos, reagiu em coro:
-Fala que é o Serra! Fala que é o Serra!
Kassab riu e disse que eram os jogadores do São Paulo.


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