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Tropa federal não vai para local de atentado
GUSTAVO HENNEMANN
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Municípios que tiveram candidatos mortos ou feridos em
atentados na atual campanha
não terão reforço de tropas federais durante a eleição. A exceção são três cidades do Pará
que historicamente recebem
soldados durante o pleito.
O TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) já aprovou neste ano
o envio de tropas federais para
99 municípios -82 no Pará. O
pedido pode ser feito por coligação ou pela Promotoria. Deve
ser aprovado pelo juiz eleitoral
local, que envia a solicitação ao
Tribunal Regional Eleitoral,
que deve autorizá-la e fazer o
encaminhamento ao TSE.
Segundo levantamento feito
pela Folha, ao menos 11 candidatos foram mortos e cinco foram feridos em atentados desde o início do período eleitoral.
Nessas cidades, juízes e promotores eleitorais têm buscado alternativas ao uso do Exército
para reforçar a segurança.
Em Curral Velho (477 km de
João Pessoa, PB), o candidato a
vice-prefeito Silvino Pereira
Gato (PMDB) foi morto com
dez tiros em 30 de agosto. A
Justiça Eleitoral descartou as
tropas federais, mas mediou
acordo entre as coligações para
pacificar a campanha. Desde o
último dia 4, ficou decidido que
não haverá comícios, carreatas
nem carros de som nas ruas da
cidade de 2.781 habitantes.
Em Bela Vista (334 km de
Campo Grande, MS), o candidato a vereador Flávio Roberto
Godoy (PDT) foi morto com sete tiros em 26 de agosto. A Justiça Eleitoral já pediu aumento
do efetivo policial.
Um dos suspeitos do crime
foi preso e a investigação aponta motivação política.
A campanha em União dos
Palmares (81 km de Maceió,
AL), onde o candidato a vice-prefeito Emanuel Paulo da Silva (PT) foi ferido com dois tiros, já era tensa antes do crime.
O promotor eleitoral Tácito
Barros disse que há "violência
velada" na cidade, mas descartou a necessidade de tropas.
Entre os municípios do Pará
que terão reforço do Exército
estão Rio Maria e Uruará, que
tiveram candidatos mortos, e
Tomé-Açu, que teve um candidato a vereador ferido a tiro.
Segundo autoridades da Justiça Eleitoral do Estado, o envio de tropas para esses municípios já havia sido aprovado
antes dos crimes.
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