|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pressionado, Lula promete ao PMDB enquadrar "PT hostil"
Comando peemedebista cobra definição sobre aliança até o dia 15 de outubro
Dilma, que defendia adiar definição de candidato para 2010, agora diz que entende anseio de aliados e que é possível antecipar escolha
Alan Marques/Folha Imagem
|
|
Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff deixa o prédio da Petrobras após uma reunião na empresa
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob pressão do PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu a convocar
uma reunião com o PT entre os
dias 2 e 6 do mês que vem, na
volta de sua viagem ao exterior,
para a construção do que os
peemedebistas chamam de "relação proveitosa" nos Estados.
Leia-se: enquadrar petistas onde há mais hostilidade ao
PMDB, como no Pará e Bahia.
Temendo perder o controle
do partido -e, com isso, o poder de negociação-, o comando do PMDB cobrou de Lula
uma definição sobre aliança até
o dia 15 de outubro. O presidente da Câmara, Michel Temer
(SP), foi o porta-voz do recado
em conversa com Lula na quarta-feira. Na sexta-feira, manifestou sua opinião à Folha.
Ontem mesmo, a ministra
Dilma Rousseff (Casa Civil)
disse que considera possível o
PT definir até o mês que vem o
candidato do partido à sucessão presidencial.
"Em princípio, é possível
[definir até outubro]. Agora,
tem de ver. Nada a gente pode
descartar", disse a ministra ao
sair de reunião do Conselho de
Administração da Petrobras.
Dilma -que, em entrevista à
Folha, defendera uma decisão
só no ano que vem- disse entender "o anseio" de Temer.
"Acho que tem de haver um esforço para ver se isso é possível", disse ela, ressaltando, porém, que "cada partido tem seu
ritmo". "O PT tem o dele, o
PMDB o dele, os outros partidos [da base] também."
Hoje o mais cotado para a vice de Dilma, Temer reiterou
suas declarações ontem. Em
São Paulo, ele chegou a admitir
a possibilidade de a aliança não
se concretizar ao afirmar que é
preciso "verificar se há aliança,
se não há aliança, que caminho
o partido deve tomar".
Segundo ele, "enquanto não
houver uma aliança, até a conversa nos Estados fica difícil".
A decisão de cobrar Lula foi
amadurecida num jantar na casa de Temer, na noite de terça-feira. De posse de 364 páginas
de pesquisa, os peemedebistas
fizeram um balanço das promessas de acordo estadual feitas pelo presidente. A avaliação
foi que o quadro não evoluiu.
Com medo de ser atropelado
por decisões estaduais, o comando do PMDB decidiu agir
enquanto ainda detém o controle partidário.
Texto Anterior: Ditadura: Procuradoria quer ouvir ex-chefes do DOI-Codi Próximo Texto: Meirelles recua sobre candidatura em Goiás Índice
|