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Hildebrando diz ser vítima de armação de seus adversários
Ex-deputado é acusado de matar um homem após tortura com motosserra
LUCAS FERRAZ
ENVIADO ESPECIAL A RIO BRANCO (AC)
No primeiro dia de seu julgamento no Tribunal do Júri, em
Rio Branco, Hildebrando Pascoal afirmou ser vítima de uma
armação por parte de seus adversários. Ele é acusado de matar um homem depois de uma
sessão de tortura em que o corpo da vítima foi mutilado com
uma motosserra.
Ao falar ao júri, ele acusou,
sem apresentar provas, o PT e o
ex-governador do Acre, Jorge
Viana (PT), de terem armado
contra ele.
O deputado federal cassado e
coronel reformado da Polícia
Militar do Acre é apontado como líder de um esquadrão da
morte que durante anos atuou
no Estado. Ontem, Hildebrando estava sem algemas, sentado
em frente aos sete jurados que
formam o júri popular.
Ele disse que o procurador da
República Luiz Francisco Souza e o então desembargador do
Tribunal de Justiça do Acre,
Gercino da Silva -hoje ouvidor
do Ministério de Desenvolvimento Agrário- também
"conspiraram" para a sua prisão, em 1999.
Luiz Francisco e Gercino
atuaram juntos no Estado em
meados da década de 90 e foram uns dos principais responsáveis pelas primeiras denúncias contra Hildebrando. A Folha não os localizou ontem.
"Sou vítima das mais sórdidas e mentirosas campanhas na
história deste país", disse o ex-deputado, já condenado a mais
de 80 anos de prisão por dois
outros homicídios, narcotráfico, crimes eleitorais e financeiros e formação de quadrilha.
Ele responde agora pela acusação de matar um homem depois de uma sessão de tortura
em que a vítima teve braços,
pernas e pênis cortados por
uma motosserra, um prego cravado na cabeça e olhos furados.
Hildebrando disse não ter
conhecido Agílson Santos, vítima da motosserra, e afirmou
não serem verdadeiras as informações da denúncia do Ministério Público Estadual na qual
ele é apontado como autor do
crime -outras três pessoas respondem também pela tortura.
Em denúncia apresentada
em 1999, o Ministério Público
diz que a motivação de Hildebrando para matar Agílson, conhecido como Baiano (e o filho
deste), em julho de 1996, foi o
assassinato do irmão dele.
Baiano trabalhava para o acusado de cometer o crime.
Há exatos dez anos Hildebrando teve o mandato de deputado federal cassado. Era filiado ao PFL (hoje DEM), que o
expulsou.
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