São Paulo, terça-feira, 22 de setembro de 2009

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Hildebrando diz ser vítima de armação de seus adversários

Ex-deputado é acusado de matar um homem após tortura com motosserra

LUCAS FERRAZ
ENVIADO ESPECIAL A RIO BRANCO (AC)

No primeiro dia de seu julgamento no Tribunal do Júri, em Rio Branco, Hildebrando Pascoal afirmou ser vítima de uma armação por parte de seus adversários. Ele é acusado de matar um homem depois de uma sessão de tortura em que o corpo da vítima foi mutilado com uma motosserra.
Ao falar ao júri, ele acusou, sem apresentar provas, o PT e o ex-governador do Acre, Jorge Viana (PT), de terem armado contra ele.
O deputado federal cassado e coronel reformado da Polícia Militar do Acre é apontado como líder de um esquadrão da morte que durante anos atuou no Estado. Ontem, Hildebrando estava sem algemas, sentado em frente aos sete jurados que formam o júri popular.
Ele disse que o procurador da República Luiz Francisco Souza e o então desembargador do Tribunal de Justiça do Acre, Gercino da Silva -hoje ouvidor do Ministério de Desenvolvimento Agrário- também "conspiraram" para a sua prisão, em 1999.
Luiz Francisco e Gercino atuaram juntos no Estado em meados da década de 90 e foram uns dos principais responsáveis pelas primeiras denúncias contra Hildebrando. A Folha não os localizou ontem.
"Sou vítima das mais sórdidas e mentirosas campanhas na história deste país", disse o ex-deputado, já condenado a mais de 80 anos de prisão por dois outros homicídios, narcotráfico, crimes eleitorais e financeiros e formação de quadrilha.
Ele responde agora pela acusação de matar um homem depois de uma sessão de tortura em que a vítima teve braços, pernas e pênis cortados por uma motosserra, um prego cravado na cabeça e olhos furados.
Hildebrando disse não ter conhecido Agílson Santos, vítima da motosserra, e afirmou não serem verdadeiras as informações da denúncia do Ministério Público Estadual na qual ele é apontado como autor do crime -outras três pessoas respondem também pela tortura.
Em denúncia apresentada em 1999, o Ministério Público diz que a motivação de Hildebrando para matar Agílson, conhecido como Baiano (e o filho deste), em julho de 1996, foi o assassinato do irmão dele. Baiano trabalhava para o acusado de cometer o crime.
Há exatos dez anos Hildebrando teve o mandato de deputado federal cassado. Era filiado ao PFL (hoje DEM), que o expulsou.


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