São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 2002

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PAINEL

A "governabilidade"
O PT já acenou com dois ministérios e a presidência do Senado ao PMDB para levar o partido para a base de apoio de um eventual governo Lula. Embora ainda esteja com Serra, a cúpula da sigla se reunirá amanhã em Brasília para discutir a proposta.

No lugar de sempre
A cúpula do PMDB tende a fechar com o PT. Entre outros motivos, porque teme perder o controle do partido para José Sarney e Roberto Requião, se optar pela linha oposicionista.

Tensões à vista
Senadores do PT querem lançar Suplicy para a presidência da Casa. Problema para Lula, que ofereceu o cargo ao PMDB em troca de apoio no Congresso. Sarney é o preferido do petista.

Outra estação
Causou irritação no comitê de Serra o fato de a Bandeirantes, ao entrevistar Lula no domingo, não ter dito no ar que o petista se recusou a participar de debate planejado pela emissora.

Longe da discussão
Para não participar do debate na Bandeirantes com Serra, Lula alegou que sua agenda de campanha estava cheia. Cheia para debate, mas não para entrevista.

O rei da vela
Após ser chamado de "ministro do apagão", Pedro Parente ganhou novo apelido. Responsável pela transição, virou o ministro do "apagar das luzes".

Parceria corrigida
O site de Lula, que indicava Gilberto Gil como parceiro de Duda Mendonça no jingle do segundo turno, corrigiu-se ontem. O parceiro do marqueteiro do PT é o compositor Péri.

Cinzas
Paulo Maluf diz que não abandona a vida pública, mas já tem gente no PPB reivindicando disputar a Prefeitura de São Paulo em 2004 pelo partido. O deputado federal Wagner Salustiano diz que "é hora de renovar".

Bolsa de apostas
Newton Lima, prefeito de São Carlos (SP), é o nome mais cotado para o Ministério da Educação em um eventual governo Lula. Ex-reitor da Universidade Federal de São Carlos, é o autor do programa do PT para o setor.

Em discussão
O PT estuda vincular a educação superior ao Ministério da Ciência e Tecnologia em um eventual governo Lula. A pasta da Educação cuidaria do ensino fundamental, médio e técnico.

Cúmulo tucano
Parece piada, mas tem tucano defendendo a idéia de que Lula, caso eleito, convide José Serra para o seu governo. Seria uma forma de demonstrar ao mercado que é disposição do petista fazer um governo de coalizão.

Campanha britânica
A organização é tanta no comitê de Serra que o PSDB passou dias divulgando que o pronunciamento do candidato tucano ao país seria às 20h30 do domingo. Às 20h30, quem apareceu na TV foi Lula. O programa de Serra começou às 20h40, como indicava a escala do TSE.

Nada vezes nada
Comentário do deputado João Caldas (PL-AL) sobre o pronunciamento de Serra, no domingo: "A montanha pariu um rato".

Uma certa magia
Maria do Carmo (PT), candidata ao governo do Pará, foi advertida pela EMI-Publishing a retirar do seu programa eleitoral a música "Maria, Maria" (de Milton Nascimento e Fernando Brant), usada na TV sem o consentimento dos autores.

Últimos capítulos
Na reta final da campanha, Marta mantém a rotina. Na sexta, esteve no MS pedindo voto para Zeca do PT. Hoje, também deve enforcar sua agenda na prefeitura para ir ao PR, atuar na campanha de Roberto Requião.

TIROTEIO

Do senador Tião Viana (PT-AC), sobre José Serra dizer que, se Lula for eleito, o país irá para a ruína ou haverá um grande "estelionato eleitoral":
- Serra deve estar sofrendo um lapso de memória ou deixou-se influenciar demais pelos engenheiros do marketing. Por duas vezes, disse-me que não hesitaria em apoiar Lula se não fosse para o segundo turno.

CONTRAPONTO

Nomes e coisas

Vice de Getúlio Vargas, o advogado e jornalista João Café Filho (1899-1970) assumiu a Presidência em agosto de 1954, logo após o suicídio do presidente.
No início de seu mandato, Café Filho tomou uma série de medidas de alcance nacional, como a própria escolha dos novos ministros. Mas uma outra decisão, totalmente prosaica -a de manter no cargo a mesma empregada doméstica que atendia Getúlio-, divulgada pela imprensa, acabou rendendo uma piada que circulou o país.
Segundo a piada, Café Filho chega uma bela noite no Palácio do Catete no Rio, então sede do governo, e pede à empregada:
- Podemos fazer um cafezinho?
A mulher reage com um misto de espanto e indignação:
- Francamente, presidente. Trabalhei tantos anos com o doutor Getúlio e ele nunca me pediu para fazer um getulinho...



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