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ORÇAMENTO
Presidente pede ao Congresso pressa na votação do projeto para 2003
FHC quer aprovar proposta antes da posse do sucessor
LUIZA DAMÉ
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso pediu ontem ao presidente do Senado, Ramez Tebet
(PMDB-MS), que apresse a votação do Orçamento da União de
2003, para que seu sucessor assuma a Presidência com a proposta
aprovada. A posse do eleito está
marcada para 1º de janeiro, mas
há uma tentativa no Congresso de
adiá-la para o dia 6.
Segundo o presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), a proposta orçamentária deverá ser aprovada no plenário do
Congresso, que reúne deputados
e senadores, entre os dias 15 e 18
de dezembro.
Nesta semana será apresentado
o relatório preliminar (análise dos
dados orçamentários), etapa inicial de apreciação do projeto no
Congresso.
Embora o Orçamento seja para
o futuro governo, na próxima semana, a comissão deverá ouvir o
presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e o secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guardia, para detalhar a proposta.
A receita prevista no projeto é
de R$ 249,6 bilhões, equivalente a
17,66% do PIB (soma das riquezas
do país), sem incluir Previdência e
FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço). O total previsto de investimentos é de R$ 7,2 bilhões no próximo ano -menor
que o valor proposto pelo governo para este ano, que foi de R$ 11
bilhões.
Tebet, que também preside o
Congresso, disse que "qualquer
presidente eleito vai tentar influenciar a elaboração do Orçamento por meio de sua base aliada". "O próximo presidente é que
vai direcionar o Orçamento para
um lado ou para o outro", completou.
Aleluia afirmou que, a partir do
dia 28, a Comissão de Orçamento
estará à disposição do presidente
eleito para discutir eventuais ajustes na proposta para adaptá-la ao
seu programa de governo.
"A comissão quer fazer o Orçamento com a cara do presidente
eleito", disse.
O líder do PT na Câmara, João
Paulo Cunha (SP), disse que o Orçamento do próximo ano ainda
não deverá refletir um eventual
governo do petista Luiz Inácio
Lula da Silva, porque será elaborado com base em fundamentos
da atual política econômica.
Agenda
João Paulo se reunirá amanhã
com o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), para discutir a agenda de votações para o
período pós-eleitoral. Além da
votação do Orçamento no Congresso, a prioridade na Câmara é
a votação de 32 medidas provisórias que estão trancando a pauta.
Enquanto as MPs não forem votadas, a Câmara não poderá apreciar a emenda constitucional que
muda a data da posse do presidente nem a que altera o artigo
192 da Constituição, permitindo a
regulamentação fatiada do sistema financeiro.
Outro projeto a ser votado é o
que corrige o texto da lei que reajustou a tabela do Imposto de
Renda da Pessoa Física em 17,5%.
Se não for aprovado até o final do
ano, as atuais faixas salariais de
incidência do Imposto de Renda
deixarão de valer em janeiro.
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