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JANIO DE FREITAS
Para abrandar 2003
Já estão em curso duas linhas de conversações que, sobre serem as primeiras em que o PT é visto como governo, podem
aplainar muitas das dificuldades previstas para o próximo
ano. Uma pretende a aprovação
da primeira etapa de uma reforma tributária ainda neste ano,
para que possa vigorar já em
2003. A outra quer aproveitar a
necessidade de correções no projeto de Orçamento, mandado
com erros ao Congresso pelo governo, para aproximá-lo do programa petista com uma redistribuição mais ampla de verbas do
que a feita, a cada ano, pelos
parlamentares.
Até a posse do novo Congresso, porém, prevalecem as dificuldades numéricas da oposição
em relação à bancada governista. As conversações estão encaminhadas para obter que o governo não acione resistências, o
que já foi proposto a Fernando
Henrique Cardoso e, no plano
parlamentar, a Aécio Neves,
ainda presidente da Câmara.
Também deputados e senadores
já foram abordados, mas nem a
reunião de lideranças prevista
para amanhã promete uma visão mais nítida das tendências,
no Congresso, dos tantos que
chegarão derrotados em suas
próprias eleições, ou mesmo na
disputa presidencial.
Para a reforma tributária, caso lhe ocorram dificuldades parlamentares, as forças empresariais que a apóiam são um remédio que, se necessário, tomará a forma de movimento.
Pesquisas
Mais um caso de divergência
excessiva entre pesquisas que,
seguindo a regra, fica sem explicação convincente. A diferença
entre os dias das sondagens não
justifica que a distância entre
Germano Rigotto e Tarso Genro, no Rio Grande do Sul, seja de
23 pontos no último Ibope; de
14,8 no último Cepa, da Universidade Federal do RS; e de 14,6
na penúltima e 7,9 na última
pesquisa do Centro de Pesquisas
do "Correio do Povo", sempre
com Rigotto à frente.
A distância tão menos nesta
última, do "Correio", explica-se
por já ter captado os efeitos do
debate, na quinta-feira, em que
o desempenho de Tarso Genro
foi geralmente considerado o
melhor.
Se o Cepa e o Centro tivessem
demonstrado menor qualificação, comparados ao Ibope no
primeiro turno, vá lá. Não foi o
caso. E, além disso, suas constatações no segundo turno têm
guardado muito equilíbrio, como se vê entre o 14,8 e o 14,6 acima. E então vem o Ibope com 23
pontos de distância, não só contra as outras pesquisas, mas
contra todas as aparências.
Pesquisas e urna eletrônica,
dois assuntos que merecem ser
bem examinados depois do segundo turno e antes da eleição
seguinte.
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