São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 2002

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JANIO DE FREITAS

Para abrandar 2003

Já estão em curso duas linhas de conversações que, sobre serem as primeiras em que o PT é visto como governo, podem aplainar muitas das dificuldades previstas para o próximo ano. Uma pretende a aprovação da primeira etapa de uma reforma tributária ainda neste ano, para que possa vigorar já em 2003. A outra quer aproveitar a necessidade de correções no projeto de Orçamento, mandado com erros ao Congresso pelo governo, para aproximá-lo do programa petista com uma redistribuição mais ampla de verbas do que a feita, a cada ano, pelos parlamentares.
Até a posse do novo Congresso, porém, prevalecem as dificuldades numéricas da oposição em relação à bancada governista. As conversações estão encaminhadas para obter que o governo não acione resistências, o que já foi proposto a Fernando Henrique Cardoso e, no plano parlamentar, a Aécio Neves, ainda presidente da Câmara. Também deputados e senadores já foram abordados, mas nem a reunião de lideranças prevista para amanhã promete uma visão mais nítida das tendências, no Congresso, dos tantos que chegarão derrotados em suas próprias eleições, ou mesmo na disputa presidencial.
Para a reforma tributária, caso lhe ocorram dificuldades parlamentares, as forças empresariais que a apóiam são um remédio que, se necessário, tomará a forma de movimento.

Pesquisas
Mais um caso de divergência excessiva entre pesquisas que, seguindo a regra, fica sem explicação convincente. A diferença entre os dias das sondagens não justifica que a distância entre Germano Rigotto e Tarso Genro, no Rio Grande do Sul, seja de 23 pontos no último Ibope; de 14,8 no último Cepa, da Universidade Federal do RS; e de 14,6 na penúltima e 7,9 na última pesquisa do Centro de Pesquisas do "Correio do Povo", sempre com Rigotto à frente.
A distância tão menos nesta última, do "Correio", explica-se por já ter captado os efeitos do debate, na quinta-feira, em que o desempenho de Tarso Genro foi geralmente considerado o melhor.
Se o Cepa e o Centro tivessem demonstrado menor qualificação, comparados ao Ibope no primeiro turno, vá lá. Não foi o caso. E, além disso, suas constatações no segundo turno têm guardado muito equilíbrio, como se vê entre o 14,8 e o 14,6 acima. E então vem o Ibope com 23 pontos de distância, não só contra as outras pesquisas, mas contra todas as aparências.
Pesquisas e urna eletrônica, dois assuntos que merecem ser bem examinados depois do segundo turno e antes da eleição seguinte.



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