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PMDB vê vitória do PT e tenta recompor sigla
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cúpula do PMDB, que apóia o
projeto presidencial de José Serra
desde o começo de 2001, avalia
que a eleição de Luiz Inácio Lula
da Silva é praticamente certa. Rachada, parte dela já fala com interlocutores de Lula sobre aliança no
Congresso e no governo.
Apesar de ter um verdadeiro
empenho pela eleição do tucano,
a ala do PMDB majoritária no
partido, que controla 70% da sigla, tende a aderir a Lula. Há uma
fatia minoritária, capitaneada pelo líder do PMDB na Câmara,
Geddel Vieira Lima (BA), que está
mais cautelosa por divergências
nos Estados com aliados de Lula e
por achar que o governo do PT
pode ser um desastre.
A direção do PT sinalizou para a
cúpula peemedebista que deseja
aliança com o PMDB. O presidente do PT, José Dirceu, tem boa relação com o presidente do PMDB,
Michel Temer. O peemedebista,
porém, nega contatos recentes
com Dirceu para tratar especificamente de aliança.
Temer diz que se encontrou ontem "por acaso" com Dirceu no
aeroporto de Congonhas, em São
Paulo: "Hoje [ontem], ele [Dirceu] disse que gostaria de conversar no futuro. Respondi que estava com Serra, mas que, na qualidade de presidente de partido,
conversaria com outro presidente
de partido após as eleições. Foi
apenas isso. A outra conversa que
tivemos também foi assim e aconteceu antes do primeiro turno".
Por uma questão de sobrevivência, a ala governista fecharia com
o governo Lula. A maioria avalia
que precisa continuar unida para
não perder o partido. As bancadas no Congresso são o trunfo.
Com 74 deputados federais e 19
senadores eleitos, o PMDB é cobiçado por Lula.
Nas contas do PT, a base de Lula
na Câmara, se agregar o PMDB,
terá 293 deputados federais. A coligação que apoiou Lula no primeiro turno (PT, PL, PC do B e
PMN) elegeu 130 deputados. Outros partidos de oposição que poderão se juntar ao governista petista (PSB, PPS, PDT e PV) terão
63 deputados.
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