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São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2003

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FOME SOCIAL

Depois de dizer que verba não estava garantida, ministro voltou atrás

Mantega recua e promete dinheiro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, voltou atrás ontem nas declarações sobre o dinheiro que será destinado ao Bolsa-Família em 2004. Em entrevista à Folha Online, ele disse que o programa é prioridade "zero" e tem recursos garantidos.
Anteontem, quando o programa foi anunciado, Mantega havia dito que poderiam ocorrer problemas na alocação dos recursos caso tivessem que ser revistos R$ 3,5 bilhões que estão no Ministério da Saúde. Os congressistas da oposição dizem que o governo esvaziou o Fundo de Combate à Pobreza para poder cumprir a legislação que determina o aumento dos gastos com saúde.
"Vamos lutar para que seja isso, mas não posso garantir nada", disse o ministro sobre os recursos do Bolsa-Família anteontem. Ontem, ele afirmou o seguinte: "O programa tem prioridade máxima e, portanto, será viabilizado, custe o que custar".
Mantega explicou que vai tirar o dinheiro de outras áreas, se for preciso. Mas voltou a dizer que o problema da Saúde e das concessões feitas na reforma tributária podem mexer em alguns planos do governo. E citou reforma agrária e projetos de infra-estrutura como exemplos de áreas que poderão ser prejudicadas.
O ministro disse que o Ministério da Saúde terá recursos de R$ 29 bilhões em 2004 e que isso significa um aumento de R$ 5 bilhões em relação a este ano.
"Ninguém pode dizer que saneamento não é função da saúde. Todos sabem que diminui o afluxo de pessoas nos hospitais".

Garantia
Também em referência ao comentário anterior de Mantega, o ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) disse que a garantia de que o programa Bolsa-Família receberá os R$ 5,3 bilhões previstos para o próximo ano é o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O presidente da República não viria a público lançar um programa de unificação se os recursos não estivessem assegurados. E quem comanda este governo é o presidente Lula", disse o ministro.
A declaração de Dulci foi dada na noite de anteontem, em Belo Horizonte, durante encontro que teve com micro e pequenos empresários mineiros, que lhe entregaram uma série de propostas para mudanças nas leis que regem as pequenas empresas.


Colaborou a Agência Folha


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