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São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2003

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NO FOGO

Fatura será apresentada ao TCU

Benedita paga viagem com cheque pessoal

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Assistência e Promoção Social divulgou ontem documentos que serão apresentados ao TCU (Tribunal de Contas da União) em defesa da ministra Benedita da Silva -entre eles uma fatura da agência de viagens Eurexpress atestando que ela pagou com um cheque pessoal a quantia de R$ 4.816 por duas passagens de ida e volta (sua e de uma assessora) a Buenos Aires.
A agência também emitiu uma nota de crédito no valor de R$ 4.636 em favor do ministério, relativa ao estorno do valor das passagens -há o acréscimo de um imposto quando o pagamento é feito por pessoa física.
A Assistência Social também divulgou declarações do Banco do Brasil e da Subsecretaria de Planejamento do próprio ministério informando que não foram pagas diárias relativas à viagem.
Esses documentos serão anexados pelo advogado da ministra, Luiz Paulo Viveiros de Castro, ao pedido de tomada de contas especial que vai encaminhar ao TCU.
A autorização da viagem publicada no "Diário Oficial" da União menciona apenas um encontro religioso. O principal motivo da viagem, no final de setembro, segundo Benedita, seria um encontro com a ministra da Ação Social da Argentina, Alicia Kirchner.
Castro disse que a confirmação do encontro só ocorreu na véspera da viagem, mas que o pedido de audiência é anterior.
Organizadores do 12º Café da Manhã Anual da Oração enviaram uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmando que pagaram as diárias de hotel.
De acordo com a correspondência, o comitê organizador do evento também se ofereceu para pagar as passagens. Ela teria aceitado por uma conveniência de horários -o encontro foi realizado muito cedo naquele hotel.
Segundo o advogado, a carta foi protocolada na Embaixada do Brasil em Buenos Aires no último dia 17. O Planalto informou que ainda não a recebeu.
Na carta, o comitê organizador do encontro religioso afirma que "o testemunho da ministra tocou os participantes, que puderam apreciar sua qualidade humana".

Senado
Em discurso no plenário, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) disse que Benedita deveria ser "demitida" por cometer um "desvio ético".
"Não me venham defendê-la me acusando de discriminação, seja sexual -por ser mulher-, seja racial -por ser negra-, seja religiosa -por ser evangélica-, seja social -por ser ex-favelada. Mesmo se fosse homem, louro, de olhos azuis, católico e ex-milionário, eu a condenaria."


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