São Paulo, sexta-feira, 22 de outubro de 2004

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SÃO PAULO

Em período eleitoral, cidades em que o PSDB do governador paulista disputa o segundo turno, como a capital, terão a atividade

Gestão Alckmin anuncia 'maior mutirão da saúde'

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ontem, a dez dias da eleição, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou para amanhã no Estado "o maior mutirão de saúde da história". No total, 40 hospitais (29 na Grande São Paulo e na capital e 11 no interior) e mil médicos estarão na iniciativa, durante todo o dia, em várias especialidades.
O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, tem enfatizado em sua campanha eleitoral no rádio e na televisão que, caso seja eleito, fará mutirões da saúde em toda a cidade.
Em seu programa de governo, disponível na internet, o candidato tucano afirma que vai "promover mutirões de consultas e exames para reduzir rapidamente as filas e o tempo de espera". Para isso, o tucano pretende "fazer parcerias com ONGs, com hospitais-escola e com o governo do Estado". Nas inserções de TV, Serra tem enfatizado que, quando ministro, fez o mutirão da catarata.
A ação da Secretaria da Saúde de São Paulo acontecerá em todo o Estado. O PSDB disputa o segundo turno em importantes cidades, como Bauru, Osasco, Diadema, Santo André, Piracicaba e Ribeirão Preto, além da capital. Desses locais, só não haverá a atividade em Piracicaba, onde o candidato tucano é Barjas Negri, ex-secretário estadual da Habitação e ex-ministro da Saúde. Ele lidera com folga, segundo o Ibope.
Estão programados dois tipos de mutirões: abertos à população e fechados, "para diminuir ou zerar as filas de espera", como anuncia a assessoria de imprensa.
No primeiro caso, respeitado o local onde a especialidade será tratada, qualquer morador poderá fazer consultas ambulatoriais, exames de câncer de próstata, catarata, pré-natal e mamografia.
No mutirão fechado, serão atendidos pacientes que estão na fila de espera para fazer cirurgias de hérnia, varizes, nas mãos e até vasectomia e laqueaduras.
O secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, disse, por meio de nota distribuída à imprensa, que "São Paulo mais uma vez sai na frente. Em todas as regiões do Estado haverá um mutirão, com o objetivo de acabar com filas ou atender o máximo possível de pessoas".
A presidente do sindicato dos servidores estaduais da área, Célia Regina Costa, classificou de "eleitoreira" a medida. "Este mutirão poderia ter sido feito há bastante tempo, e não neste momento. Do jeito que está, não passa de um programa eleitoral para ajudar os candidatos do PSDB no Estado, inclusive na capital", criticou.
A Folha tentou falar com o secretário da Saúde, mas a assessoria de imprensa informou que ele não falaria sobre suposta conotação eleitoral da atividade.
De acordo com a assessoria, os hospitais promovem mutirões habitualmente, durante todo o ano. Porém, a assessoria afirmou que o de amanhã é o maior já realizado e que "pela primeira vez haverá uma ação conjunta".


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