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Hélio Bicudo vai lançar livro sobre os bastidores de governo
JULIA DUAILIBI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os bastidores do governo da
prefeita de São Paulo e candidata
à reeleição, Marta Suplicy (PT),
serão documentados em livro escrito por um observador bastante
privilegiado: o atual prefeito em
exercício, Hélio Bicudo (PT).
Após quatro anos na prefeitura,
Bicudo lançará no começo de
2005 "Nossa história, minhas memórias", sua autobiografia.
O carro-chefe do livro deverá
ser justamente a convivência na
Prefeitura de São Paulo com Marta e outros personagens do cenário político paulistano. Para isso,
Bicudo aguarda o dia 31 de dezembro, quando termina o mandato da petista, para poder fechar
as cerca de 400 páginas de suas
memórias. "É esse o marco, o divisor de águas", diz Bicudo.
"Estou esperando terminar o
governo para poder colocar no
papel o que aconteceu neste ano",
disse. "A editora [Martins Fontes]
achou mais conveniente [esperar
o fim do mandato]."
Bicudo nega que o relato fiel dos
fatos lhe renda inimigos. Mas diz
que irá se manter "crítico" na descrição de passagens "interessantes", "tanto sob o ponto de vista
da administração pública quanto
sob o da política".
"Não sou uma pessoa de esconder coisas. Serei o mais objetivo
possível", afirmou Bicudo. E vai
além: "Se eu me dispus a escrever
sobre a minha vida, tenho certeza
de que a mim não afeta. Será um
depoimento sobre o que vivi".
A idéia de documentar o dia-a-dia na prefeitura não agradou alguns dos principais aliados de
Marta, que questionaram reservadamente a "conveniência" de
lançar o livro. Temem que o relato
seja usado pela oposição.
Não é novidade entre os petistas
que Bicudo não teria ficado satisfeito com o processo que culminou na indicação de Rui Falcão,
ex-secretário de Governo, para
ser vice na campanha à reeleição.
Bicudo foi o escolhido em 2000
porque ajudava a diminuir resistências a então candidata em setores como a Igreja Católica.
Questionado se conseguirá ser
um observador crítico, o prefeito
em exercício generaliza. Diz que
qualquer fato observado não tem
valor se não sofre crítica.
"Sempre pensei que têm coisas
a contar que não constam de nenhum documento", disse. Deverá
seguir o molde de "Meu depoimento sobre o Esquadrão da
Morte", que trata de sua atuação
como procurador quando investigou as atividades do grupo de
extermínio nos anos 70.
Sobre a campanha, Bicudo disse: "Não participo do comitê de
campanha. O relato será como
membro do governo".
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