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ELEIÇÕES 2006/ CRISE DO DOSSIÊ
CPI critica PF e vê elo entre
Freud, dossiê e "valerioduto'
Deputado tucano diz que petista está envolvido
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado Carlos Sampaio
(PSDB-SP), sub-relator da CPI
dos Sanguessugas, afirmou ontem considerar um "absurdo" o
fato de o delegado da Polícia
Federal Diógenes Curado não
ter citado, em seu relatório parcial, o ex-assessor especial da
Presidência Freud Godoy como um dos envolvimento no
caso do dossiê. Sampaio disse
ter convicção da participação
de Godoy no episódio e apresentou ontem dados que, segundo ele, mostram que o ex-assessor de Lula recebeu dinheiro do valerioduto.
O deputado afirma que um
depósito de R$ 150 mil em dinheiro feito por Godoy na conta da empresa de sua mulher,
em 24 de março de 2004, tem
chances de ser do valerioduto.
Isso porque a CPI dos Correios tem registro de um saque
de R$ 150 mil feito em dinheiro,
no dia anterior, pelo policial civil aposentado Áureo Marcato.
O saque e o depósito ocorreram
em São Paulo.
"Na época, atribuímos o saque à corretora Bônus-Banval,
que afirmou que entregava o dinheiro para pessoas indicadas
por Marcos Valério [o suposto
operador do mensalão] e Delúbio Soares [ex-tesoureiro do
PT]. E sabe quem fazia, entre
outras coisas, segurança do Delúbio na época? O Freud", disse
Sampaio, que acrescentou: "Está provado que o Freud era usado para manipular altas somas
de dinheiro, de origem obscura.
Exatamente como agora".
O deputado afirmou que convidará Curado para explicar na
CPI a sua metodologia de trabalho. "É inconcebível que tenha desprezado um depoimento dado na hora da prisão, que é
mais autêntico", disse Sampaio, referindo-se à primeira
acusação de Gedimar Passos,
segundo quem o mandante da
compra do dossiê era uma pessoa de nome "Frode ou Freud".
Posteriormente, Gedimar
isentou Freud de participação.
Gedimar e Valdebran Padilha foram presos em 15 de setembro com R$ 1,7 milhão que
seria usado para comprar documentos contra tucanos.
Freud nega envolvimento
com o valerioduto e com o dossiê. Sobre o depósito feito na
conta da empresa da mulher,
ele justificou ao banco, em
2004, que a quantia era oriunda de serviços prestados.
"Não acreditamos que haja
nada que possa livrar o Freud.
Que serviços prestados seriam
esses? ", questionou o tucano.
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