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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Lula vê "trica e futrica" nas acusações e na imprensa
Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
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Marisa Letícia, Marta Suplicy e a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, durante caminhada no ABC |
Petista diz que não pode perder o humor porque falta "uma semana para ganhar"
"Eu não preciso ofender nenhum adversário para ganhar a eleição. Se eles quiserem me ofender, me ofendam", diz petista
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Um dia após a divulgação de
que seu secretário Gilberto
Carvalho ligou para um petista
envolvido no caso do dossiê, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva desafiou ontem a imprensa e a oposição a apresentarem
novas "acusações" contra ele e
integrantes de seu governo.
Em Curitiba, ele classificou
as revelações de "futricas" que
não atrapalharão sua reeleição:
"Eu não preciso ofender nenhum adversário para ganhar a
eleição. Se quiserem me ofender, me ofendam. Se quiserem
me acusar, me acusem. Eu vou
ter o bom comportamento que
um presidente da República
deve ter: altivo, sereno e sabedor que o ódio que eles têm por
mim não é por mim. Eles sabem que não roubo e não roubei, o ódio deles é [que] pela primeira vez o povo está podendo levantar a cabeça."
Ele voltou a mencionar o caso em sua passagem por Alvorada e Canoas, região metropolitana de Porto Alegre: "Não podemos perder o bom humor.
Temos apenas uma semana para ganhar a eleição".
No calçadão do centro de Curitiba, Lula pediu a comparação
dos dois projetos presidenciais
e disse que era com os avanços
que a imprensa deveria se ocupar. "A imprensa brasileira poderia dar essa contribuição aos
leitores dos jornais. Porque não
é possível a gente viver a vida
inteira subordinada à trica e à
futrica. Há ladrão se anunciando inocente, e há pessoas sendo
expostas todo dia", afirmou.
Ainda segundo ele, "a palavra
desculpa saiu do dicionário. É
só acusação, acusação e acusação". Apesar de não deixar claro, o presidente reagia às notícias sobre seu filho e sobre o relatório parcial da compra do
dossiê contra tucanos entregue
à Justiça, que contém a informação de que o articulador da
compra Jorge Lorenzetti recebeu ligação de Gilberto Carvalho, secretário particular do
presidente, e que voltou a falar
com ele num segundo telefonema, no dia em que a PF prendeu
os primeiros envolvidos num
hotel. A "Veja", por sua vez, traz
reportagem sobre a ascensão
nos negócios de Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente,
após contrato com a Telemar.
Lula pediu votos para o governador licenciado do Paraná,
Roberto Requião (PMDB), que
não esteve no palanque.
Rio Grande do Sul
Já em seu comício em Alvorada (RS), Lula disse: "Se em
quatro anos fizemos mais do
que eles em oito, em mais quatro vamos fazer 16 ou 20 [anos].
Eles são incompetentes".
Em Canoas, Lula participou
de uma caminhada e pediu votos para o petista Olívio Dutra:
"Se eu tiver aqui um governador que seja um companheiro,
a gente pode ajudar muito mais
o Rio Grande do Sul", disse. Ele
brincou com os petistas ao recomendar que não façam campanha "com o dedo esticado, porque eles podem morder".
Em comício em Caxias do
Sul, o petista voltou a criticar o
candidato tucano, o PSDB e
FHC. "Os tucanos quase destruíram esse país e nós recuperamos". Sobre o ex-presidente:
"Como é que pode um doutor
da USP, um professor de ciência política, [que] na teoria conhecia tudo e na prática não conhecia absolutamente nada".
Sobre privatização no Estado, disse que "assim é fácil governar, não tem que pensar,
não tem que decidir, só tem que
pegar um banco e privatizar, o
povo quer um governador [Olívio Dutra] não quer um mascate". Lula cobrou de Olívio que
fazia tempo que ele não levava
um "vinhozinho da Miolo" para
ele. "Eu tomo com a Marisa,
quem não gosta?". Lula esteve
ontem em Curitiba, Alvorada e
Caxias do Sul.
Colaborou LÉO GERCHMANN , da Agência Folha, em Canoas
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