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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Lula estuda substituir Mantega na Fazenda
Presidente estuda os nomes do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, e do prefeito de BH, Fernando Pimentel, como substitutos
Os cotados para assumir ministério são economistas, políticos em plena ascensão e petistas fora de São Paulo
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O dossiegate levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
a considerar uma mudança
maior em sua equipe ministerial do que pretendia caso tivesse vencido no primeiro turno.
Voltando a falar como reeleito
nas conversas reservadas, Lula
analisa a hipótese de substituir
Guido Mantega (Fazenda).
Segundo apurou a Folha, o
presidente da Petrobras, Sérgio
Gabrielli, é o primeiro substituto da lista caso Lula decida
mexer na área econômica. O
prefeito de Belo Horizonte,
Fernando Pimentel, também é
cotado, mas pesa contra ele o
fato de ter de deixar o mandato
dois anos antes do fim.
Contra Gabrielli pesaria a dificuldade de achar um substituto. O trabalho na estatal é
aprovado por Lula. A favor de
Pimentel contaria um perfil
mais moderado, mais em sintonia com o mercado.
Ambos são economistas, políticos em ascensão e petistas
fora do círculo de poder paulista. Lula deseja diminuir a força
do PT paulista, grupo do partido cujas guerras internas repercutem negativamente na legenda e no governo.
A chance de uma surpresa,
como um grande empresário
na Fazenda, não está descartada, mas nomes petistas têm hoje a preferência de Lula para
uma posição tão estratégica.
Nas palavras de um ministro,
as chances de Lula manter
Mantega hoje são de 50%.
Lula está convencido de que
precisa "levantar a moral do
governo". Daí mexer em peças
importantes e buscar nomes de
mais densidade no PT, na sociedade e no empresariado.
A ex-prefeita de São Paulo
Marta Suplicy deverá ser ministra, segundo auxiliares diretos de Lula. É cotada para as Cidades. Ciro Gomes pode comandar a Saúde.
A Educação continuará com
Fernando Haddad, nome em
ascensão no governo. Patrus
Ananias (Desenvolvimento Social) e Celso Amorim (Relações
Exteriores) são nomes certos.
Mantega tenta se segurar no
cargo em aliança com dois ministros elogiados por Lula: Dilma Rousseff (Casa Civil) e Tarso Genro (Relações Institucionais). Na prática, transformou-se num auxiliar de Dilma.
Por um lado, isso reduziu
conflitos que existiam entre a
Casa Civil e a Fazenda quando
esta última era ocupada por
Antonio Palocci Filho. Dilma e
José Dirceu, antecessor da ministra no cargo, viviam às turras com Palocci. Lula, porém,
acha Mantega "tímido demais"
para fazer um contraponto.
Dilma tem simpatia por Gabrielli, que conta com o suporte
político de um "vencedor" do
PT, o governador eleito Jaques
Wagner (Bahia).
Pimentel é um nome que o
ex-ministro Palocci vem defendendo em suas palestras para o
mercado financeiro e entidades empresariais. Mais moderado do que Gabrielli, seria
uma solução petista bem aceita
pelo establishment.
Mantega pode voltar ao Planejamento, pasta hoje ocupada
por Paulo Bernardo e que perderia as atribuições relativas à
administração do funcionalismo público. Bernardo poderia
ser ministro de nova pasta.
Derrotado na disputa paulista, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) já mandou recado a Lula dizendo que estaria
cansado do Legislativo e que
quer integrar o Executivo. Difícil. Eventual ida de Mercadante para o primeiro escalão dependerá de quão chamuscado
sairá do dossiegate, caso ainda
não totalmente esclarecido.
Além da permanência na articulação política (Relações
Institucionais), Tarso Genro
tem possibilidade de substituir
Márcio Thomaz Bastos na Justiça. Ele gostaria. Lula, porém,
tem um preferido para o posto,
o peemedebista Nelson Jobim.
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