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Vaticano proibiu Küng de dar aulas
DO ENVIADO ESPECIAL A SÃO
LEOPOLDO (RS)
Hans Küng, 79, se apresenta e logo fala que não
deixará de responder a nenhuma pergunta sobre
Bento 16, mas que não gostaria de conversar apenas
sobre ele. Diz que não é o
antipapa. Poucos podem
começar uma entrevista
com essas credenciais.
Suas críticas à igreja o
transformaram mentor
dos (intelectuais) católicos liberais, que discordam do Vaticano em relação à moral sexual ou
apóiam a teologia da libertação, que vê a igreja a serviço da mudança social.
Durante o pontificado
de João Paulo 2º (1978-2005), virou o principal
antagonista público daquele com quem um dia
formara uma dupla de teólogos chamada de brilhante e de vanguarda no Concílio Vaticano 2º (1962-1965), que renovou a Igreja Católica: Joseph Ratzinger, então prefeito da Congregação para a Doutrina
da Fé, hoje Bento 16.
Nascido na Suíça, Küng
estudou na Pontifícia Universidade Gregoriana, em
Roma, e na Sorbonne, em
Paris. Foi proibido pelo
Vaticano de ensinar teologia católica na Universidade de Tübingen (Alemanha, onde vive até hoje),
em 1979, por questionar o
dogma da infalibilidade
papal. A universidade reagiu e criou uma cátedra
ecumênica para ele.
A relação entre Küng e o
Vaticano permaneceu tensa até 2005, quando ele se
encontrou com Bento 16.
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