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Yeda diz que errou ao adquirir casa logo após vencer eleição
Tucana afirma que não imaginava que um negócio "limpo" pudesse gerar desconfiança
Governadora classifica o arquivamento do pedido de impeachment de "divisor de águas" e diz que não decidiu se vai disputar a reeleição
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Um dia depois de se livrar do
processo de impeachment que
corria na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a governadora Yeda Crusius
(PSDB) disse que cometeu um
"erro político" ao comprar a casa onde vive logo depois de vencer a eleição, em 2006.
Símbolo da crise gerada por
denúncias de corrupção contra
o governo tucano, o imóvel foi
comprado em dezembro daquele ano -pouco antes de a
governadora tomar posse- por
R$ 750 mil, segundo Yeda.
"Cometi um erro político ao
comprar minha casa logo depois da eleição. Eu deveria ter
previsto que qualquer mudança naquele período, para uma
governadora eleita ainda não
empossada, provocaria desconfiança", afirmou Yeda.
A compra do imóvel -o seu
"sonho da casa própria", como
definiu ontem a governadora-
ocorreu "de modo legal, limpo,
transparente, com cada passo
registrado em cartório".
Suspeitas levantadas pela
oposição de que a casa teria sido parcialmente paga com sobras de um suposto caixa dois
da campanha de 2006 foram
arquivadas em investigação do
Ministério Público gaúcho.
A governadora contabilizou
duas vitórias políticas nos últimos dias. Anteontem, a Assembleia, onde Yeda tem a maioria,
arquivou pedido de impeachment feito por sindicatos.
Na semana passada, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região a excluiu da ação de improbidade administrativa movida
pela Procuradoria por supostas
ligações com o desvio de R$ 44
milhões do Detran-RS (Departamento Estadual de Trânsito).
Yeda ainda é alvo de uma CPI
na Assembleia, e o procurador-geral da República, Roberto
Gurgel, estuda a possibilidade
de denunciá-la criminalmente
com base nos indícios de que
ela sabia da fraude do Detran.
Ontem, em discurso, Yeda
disse que o arquivamento do
impeachment é um "divisor de
águas" em seu governo e se disse vítima do "maior ataque político de toda a história do RS".
Um dos alvos do discurso foi
Paulo Feijó (DEM), seu vice-governador e adversário. Yeda
lamentou não ter conseguido
substituí-lo ainda durante a
campanha e disse que o democrata pratica oposição "contínua, feroz e ativa". Em nota,
Feijó disse que o "DEM não tolera suspeitas de corrupção".
Questionada sobre as pressões de tucanos para que não
dispute a reeleição, para não
prejudicar o PSDB, Yeda disse
que a decisão será tomada em
2010 e que tem o apoio do governador paulista, José Serra.
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