São Paulo, quinta-feira, 22 de outubro de 2009

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Yeda diz que errou ao adquirir casa logo após vencer eleição

Tucana afirma que não imaginava que um negócio "limpo" pudesse gerar desconfiança

Governadora classifica o arquivamento do pedido de impeachment de "divisor de águas" e diz que não decidiu se vai disputar a reeleição

GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Um dia depois de se livrar do processo de impeachment que corria na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a governadora Yeda Crusius (PSDB) disse que cometeu um "erro político" ao comprar a casa onde vive logo depois de vencer a eleição, em 2006.
Símbolo da crise gerada por denúncias de corrupção contra o governo tucano, o imóvel foi comprado em dezembro daquele ano -pouco antes de a governadora tomar posse- por R$ 750 mil, segundo Yeda.
"Cometi um erro político ao comprar minha casa logo depois da eleição. Eu deveria ter previsto que qualquer mudança naquele período, para uma governadora eleita ainda não empossada, provocaria desconfiança", afirmou Yeda.
A compra do imóvel -o seu "sonho da casa própria", como definiu ontem a governadora- ocorreu "de modo legal, limpo, transparente, com cada passo registrado em cartório".
Suspeitas levantadas pela oposição de que a casa teria sido parcialmente paga com sobras de um suposto caixa dois da campanha de 2006 foram arquivadas em investigação do Ministério Público gaúcho.
A governadora contabilizou duas vitórias políticas nos últimos dias. Anteontem, a Assembleia, onde Yeda tem a maioria, arquivou pedido de impeachment feito por sindicatos.
Na semana passada, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região a excluiu da ação de improbidade administrativa movida pela Procuradoria por supostas ligações com o desvio de R$ 44 milhões do Detran-RS (Departamento Estadual de Trânsito).
Yeda ainda é alvo de uma CPI na Assembleia, e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, estuda a possibilidade de denunciá-la criminalmente com base nos indícios de que ela sabia da fraude do Detran.
Ontem, em discurso, Yeda disse que o arquivamento do impeachment é um "divisor de águas" em seu governo e se disse vítima do "maior ataque político de toda a história do RS".
Um dos alvos do discurso foi Paulo Feijó (DEM), seu vice-governador e adversário. Yeda lamentou não ter conseguido substituí-lo ainda durante a campanha e disse que o democrata pratica oposição "contínua, feroz e ativa". Em nota, Feijó disse que o "DEM não tolera suspeitas de corrupção".
Questionada sobre as pressões de tucanos para que não dispute a reeleição, para não prejudicar o PSDB, Yeda disse que a decisão será tomada em 2010 e que tem o apoio do governador paulista, José Serra.


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