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Juíza afirma que vai agir com independência
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A juíza Ellen Gracie Northfleet afirmou aos senadores da
CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que atuará com
isenção e independência em relação ao Executivo.
"A independência é condição
absoluta para nossa isenção. E
a isenção é que garante o bom
exercício da função do magistrado. Vossa excelência pode
ficar tranquilo", disse a juíza,
dirigindo-se ao senador José
Eduardo Dutra (PT-SE), que tinha citado comentários sobre o
suposto comportamento "governista" dela.
Ellen Gracie defendeu modernização e transparência no
Judiciário e disse que o Poder
"deve prestar contas".
Segundo ela, o Judiciário "peca pela morosidade" e precisa
ser mais acessível à toda a sociedade. "O povo tem fome e
sede de justiça", disse.
Ela defendeu uma reforma
no Código de Processo Penal
para reduzir prazos de tramitação de processos e restringir a
possibilidade de apresentação
de recursos.
Ellen Gracie se disse a favor
da aprovação na reforma do
Judiciário do dispositivo que
determina aos juízes de primeira instância que sigam decisões
tomadas pelo STF por meio de
súmula vinculante. Segundo
ela, a atuação dos juízes não será engessada.
A juíza afirmou ser contra a
proposta de aumentar o número de vagas existente hoje no
STF. "As cortes sempre funcionam melhor quando têm números reduzidos. O número
atual (11) é muito funcional e
deve ser mantido", disse.
O STF está preparando a posse da juíza para 14 de dezembro, seis dias antes do início do
recesso do Judiciário. Ela só começará efetivamente a atuar
em fevereiro, quando o tribunal retomará a atividade.
Durante o recesso, será feita
reforma na área próxima ao
plenário para instalação de um
banheiro feminino, a ser utilizado exclusivamente por ela.
O senador Pedro Simon
(PMDB-RS) afirmou que estava "impressionado pela firmeza e singeleza" com que a juíza
se manifestou na comissão. Ele
disse ainda que a chegada de
uma mulher no Supremo "pode iniciar para valer o combate
à impunidade no país".
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