São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 2006

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Petista diz que não sabe como "destravar" a economia do país

ENVIADO ESPECIAL A BARRA DO BUGRES (MT)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que tem até 31 de dezembro para anunciar medidas para destravar a economia do país. Admitiu, porém, que ainda não sabe o conteúdo desse suposto pacote econômico, principalmente ligado a obras de infra-estrutura.
"Eu vou me dedicar até o dia 31 de dezembro para destravar o país. Ou seja, tem algo -e não me pergunte o que é ainda, que eu não sei, e não me pergunte a solução, que eu não a tenho, mas vou encontrar- porque o país precisa crescer", disse o presidente em Barra do Bugres (190 km de Cuiabá).
Nas últimas semanas, Lula tem pedido a seus ministros para que apresentem o quanto antes um pacote capaz de alavancar o crescimento da economia. O principal alvo tem sido o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Anteontem, em mais um sinal negativo a Lula, o mercado disse prever que o PIB deve crescer 2,95% neste ano.
Ontem, ao falar sobre a capacidade de exportação do Brasil, disse que é preciso "acertar" os juros. "Não tem nenhum sistema financeiro mais perfeito do que o nosso. Está certo que ganham um pouco demais com os juros, mas nós vamos ter que acertar essa situação."
Na mesma fala, Lula voltou a dizer que não fará "mágica" na economia nem abrirá mão da responsabilidade fiscal. Além disso, afirmou que o Brasil não voltará a ser uma "jogatina".
"Nós não vamos brincar com a economia. Não peçam para eu anunciar mágica. Não abriremos mão da responsabilidade fiscal. Este país não voltará a ser uma jogatina. Este país vai ter que aprender a ganhar dinheiro produzindo com responsabilidade", afirmou ontem o presidente.
O petista -que voltou a atacar a legislação ambiental- pediu menos ceticismo aos brasileiros. "Quero provar que é possível esse país dar um salto de qualidade, crescer muito mais, distribuir muito mais renda (...) e nós brasileiros pararmos de sermos céticos. Nós, brasileiros, às vezes gostamos de fazer piada com a desgraça de nós mesmos." (ES)


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