DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Manobra da base aliada do governador Roberto Requião (PMDB) evitou que a Assembléia Legislativa do Paraná concentrasse os trabalhos de uma CPI na investigação sobre a quadrilha de arapongas em que atuava o ex-assessor do governo Délcio Augusto Rasera. A CPI do Grampo que será instalada hoje terá a atribuição de investigar suspeitas de escutas clandestinas dos últimos 12 anos, alcançando os oito anos de governo de Jaime Lerner (ex-PFL, hoje PSB). O governo Lerner sofreu denúncias de grampo e foi alvo de uma CPI no passado, interrompida por uma medida judicial movida pela Brasil Telecom.
Requião também fez a maioria dos componentes da CPI: indicou sete deputados, contra dois da oposição.
Policial civil que trabalhava na área de inteligência do Palácio Iguaçu, Rasera foi preso em setembro numa operação comandada pela Promotoria de Investigações Criminais do Ministério Público do Estado. Ele e mais 19 envolvidos -entre eles o ex-diretor da Imprensa Oficial do Estado, João Formighieri- já foram denunciados à Justiça pelos crimes de interceptação clandestina de conversa telefônica e formação de quadrilha. O grupo nega envolvimento de pessoas do governo. (MARI TORTATO)


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